Varredura ampliada

Vistorias para 'caçar' criadouros do mosquito da dengue em lotes vagos de BH aumentam mais de 30%

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
Publicado em 31/05/2023 às 07:00.
Em média, 42 ações para vistoriar lotes vagos são feitas por dia em BH (Maurício Vieira / Hoje em Dia)

Em média, 42 ações para vistoriar lotes vagos são feitas por dia em BH (Maurício Vieira / Hoje em Dia)

A média diária de vistorias em lotes vagos de Belo Horizonte neste ano, para combater criadouros do mosquito Aedes aegypti, já supera a de 2022. Até abril, 6.332 varreduras foram feitas, praticamente 42 a cada 24 horas. O número é 31% maior do que no ano passado. A intensificação ocorre em meio à disparada de casos da doença. Na capital, 5,5 mil pessoas ficaram doentes, com três mortes.

O pente-fino dos fiscais verifica se o terreno está limpo e cercado. A barreira de proteção – seja de arame ou alvenaria – deve ter altura mínima de 1,80 metro e máxima de 5 metros. Também é verificado se há  aberturas na estrutura. 

Até abril deste ano, 6.332 vistorias foram feitas em lotes vagos de BH, média de 42 por dia. Nos 12 meses de 2022 foram 12.271 ações, média de 32 a cada 24 horas. O aumento foi de 31%.

Em caso de irregularidade, com acúmulo de entulho capaz de favorecer a proliferação do vetor da dengue, chikungunya ou zika, os proprietários dos lotes podem ser punidos. Inicialmente, são autuados e, após 15 dias, recebem multa de R$ 2,8 mil. O valor pode ser duplicado e até triplicado nos casos de reincidência.

Conforme a PBH, até 24 de maio foram aplicadas 1.117 multas em lotes vagos devido ao estado precário de conservação. No entanto, a prefeitura não informou quantas autuações foram pagas. Por nota, disse que precisaria de “prazo maior para apuração”. 

Justiça
Quem não regularizar a situação, além de multa, pode responder na Justiça. Caso dos donos de um lote vago no bairro Glória, na região da Pampulha. Na semana passada, a PBH entrou com ação na Justiça para cobrar R$ 100 mil dos proprietários.

A construção foi demolida e entulhos se acumularam, servindo de foco do mosquito transmissor das doenças. Ainda conforme a administração pública, o lote era objeto de “intensa vigilância” pelas equipes da Fiscalização. 

Chikungunya
Segundo a PBH, além do trabalho nos lotes vagos, 1,5 mil agentes de combate a endemias visitam casas e comércios  nas nove regionais. Os servidores aplicam larvicidas e repassam orientações à população para eliminar objetos que possam acumular água.

Além da dengue, outra preocupação é com a chikungunya, doença grave que provoca fortes dores nas articulações e pode matar. Até o momento, BH já registrou 2.720 casos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as ações de combate ao vetor foram intensificadas em todos os locais com suspeita da enfermidade.

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