(Leonardo Morais)
Campanhas de combate à dengue feitas por prefeituras e os governos federal e estadual parecem não surtir efeito. O cenário indica que, a exemplo do que aconteceu em 2010, Minas deverá enfrentar uma epidemia da doença.
Balanço divulgado na sexta-feira (15) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostra que as mortes em 2013 já chegam a 23. Média de um óbito a cada três dias, numa escalada semelhante à de três anos atrás, quando 106 pessoas morreram em Minas. Desde 1º de janeiro, foram notificados 93.184 casos de dengue no território mineiro. Na semana passada, eram 78 mil.
Os três municípios mais afetados são Uberaba, no Triângulo, com 8.131 notificações, Belo Horizonte (7.307), na região central, e Ipatinga (6.823), no Vale do Aço.
Variações
Do total de vítimas, 19 não resistiram após manifestarem complicações da doença na forma clássica.
Nessas condições, foram constatadas sete mortes em Uberaba, duas em Uberlândia e duas em Ituiutaba. Os três municípios ficam no Triângulo.
Carangola (Zona da Mata), Frei Gaspar (Vale do Jequitinhonha), Buritizeiro (Norte de Minas), Ipanema (Vale do Rio Doce), Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Pirapetinga (Zona da Mata), Pirapora (Norte) e São Geraldo do Baixio (Vale do Rio Doce) registraram, cada uma, um óbito.
Os outros casos foram decorrentes de dengue hemorrágica, sendo dois em Montes Claros (Norte), um em Uberaba e outro em São João da Ponte (Norte).
Em Belo Horizonte e Ipatinga, apesar da grande infestação pelo mosquito Aedes aegypti, não foram registradas mortes provocadas pela doença.
A assessoria de imprensa da SES não indicou técnicos para fazer uma avaliação da propagação da doença para o Hoje em Dia.
Uma das situações mais preocupantes, de acordo com o relatório da SES divulgado ontem, está na identificação, em 2011, da reintrodução da dengue tipo 4 em Minas. O vírus que causa essa variação da doença não era detectado no Estado há três décadas.
Para a secretaria, a mudança de prefeitos em mais de 80% dos municípios mineiros provocou desmobilização de equipes de controle e vigilância, o que pode ter afetado as atividades de combate à doença e a atualização de informações.