O juiz de Ouro Fino, João Cláudio Teodoro, determinou a prisão preventiva da avó de um adolescente de 17 anos que disparou um tiro contra um colega quando manuseava a arma na casa dela. A idosa tem 74 anos. De acordo com a polícia, o disparo foi acidental, mas acertou a boca do outro adolescente. O revólver calibre 32 pertencia a avó de um dos jovens. A bala ficou alojada próximo a garganta da vítima, que teve também os dentes da frente quebrados. O garoto foi socorrido e levado ao hospital de Ouro Fino, no Sul de Minas, onde ficou internado. Ele fará uma cirurgia em São Paulo nos próximos dias para a retirada do projétil. A prisão cautelar da avó foi pedida pelo juiz juntamente com a do pai do adolescente que fez o disparo. O adolescente também está detido em uma cela separada da cadeia de Ouro Fino. Em depoimento ao delegado Waldir Pelarico, a avó disse que não entregou a arma para o neto, mas ele a pegou pois sabia onde estava guardada. Depois do acidente, a polícia esteve na residência da avó e recolheu mais duas garruchas, um rifle, espadas, cinco armas de brinquedo e um par de algemas. A família não tinha autorização para ter armas em casa. Depois de ouvidos na delegacia, a avó e o pai do menino que fez o disparo pagaram fiança e foram liberados, mas com a decisão do juiz pela prisão cautelar, eles foram levados para o presídio de Ouro Fino. O advogado da família, Carlos Roberto Margini Júnior, diz que seus clientes não são criminosos. "Eles pagaram a fiança estipulada. A senhora então tem 74 anos, é pessoa idônea e trabalhadora", diz. O juiz não se pronunciou sobre a decisão, mas na sentença, porém, o argumento para o pedido de prisão está baseado na gravidade do caso. Para o juiz a avó e o pai instigaram o adolescente a pegar em armas de fogo. A avó foi indiciada também por posse de arma de fogo.