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Em Minas Gerais, houve uma queda significativa no número de nascimentos entre 2015 e 2016, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) junto a cartórios de registro civil. Foram 253.3891 nascimentos registrados, uma redução de 5,4%.
Nos últimos cinco anos, houve sempre crescimento no número de nascimentos no Estado – 2.747.373 em 2010 e 2.945.445 em 2015. Segundo a analista do IBGE em Minas Luciene Longo, há uma hipótese para a redução acentuada.
“A redução mais expressiva no número de nascimentos provavelmente está relacionada à epidemia de zika vírus. Percebemos que houve uma grande campanha entre os médicos, nesse período, pedindo para as mulheres adiarem a gravidez. Tanto que Pernambuco foi o Estado onde teve a maior redução no número de nascimentos. Lá a queda foi de 10%”, diz Luciene, lembrando que o os nascimentos caíram 5,1% em todo o país nesse período. A crise econômica, seria, segundo o IBGE, outro fator que teria contribuiído para adiar os planos de maternidade.
Nos anos de 2015 e 2016, houve uma epidemia de zika vírus em vários Estados brasileiros e a doença foi associada ao grande número de nascimentos de crianças com microcefalia. Pernambuco foi o Estado que registrou o maior número de casos.
A maior concentração dos nascimentos se dá no grupo etário de mulheres de 25 a 29 anos, evidenciando um perfil mais envelhecido da curva de distribuição dos nascimentos por idade da mãe (24,4%).
Casamentos
Já quando o assunto é casamento, Houve redução de 8,4% no total de casamentos de cônjuges de sexo diferente em relação a 2015. Minas Gerais registrou 110.201 casamentos em 2016, sendo 109.808 entre cônjuges de sexo diferente.
Entre os casamentos de pessoas do mesmo sexo houve um aumento de 4%. Foram 393 entre cônjuges de mesmo sexo (197 masculinos e 196 femininos), sendo que no ano anterior foram registrados 378 casamentos entre homossexuais no Estado.
Houve ainda no Estado 33.329 divórcios concedidos em 1ª instância ou por escrituras extrajudiciais em 2016, um aumento de 6,8%. De acordo com Luciene Longo, os números de casamentos e divórcios tendem a variar ao longo do tempo, mas a redução no número de casamentos em 2016 foi mais expressiva do que em anos anteriores.
Óbitos
Minas Gerais registrou 134.185 óbitos em 2016, um aumento de 16,2% em relação a 2006. Segundo a analista do órgão de pesquisa, esse dado não é alarmante, já que deve-se considerar o aumento populacional e o envelhecimento da sociedade brasileira. Há dez anos, 54% dos óbitos eram de pessoas com mais de 65 anos, enquanto hoje a porcentagem é de 59,6.
“O número de mortos não é alarmante. O importante é verificar a queda no número da mortalidade infantil”, afirma Luciene. Entre os óbitos, 2% é referente a crianças menores de 1 ano e 2,4% para crianças menores de 5 anos. Em 2006, esses percentuais eram, respectivamente, 3,5%, 4,2%.
Entre os dados referentes a óbitos, estão alguns importantes para o desenvolvimento de políticas públicas nas áreas de segurança e trânsito. Em Minas Gerais, 7,6% dos óbitos ocorridos em 2016 eram de causas não naturais e, desses, 24,8% eram de indivíduos de 15 a 24 anos. Além disso, no ano passado, um indivíduo do sexo masculino possuía 5,8 vezes mais chances de morrer em comparação com a população feminina.