(Divulgação/Cruzeiro)
O encontro entre Cruzeiro e Tupynambás neste domingo, pela sexta rodada do Campeonato Mineiro, às 17h, no Mineirão, coloca frente a frente duas realidades muito diferentes no futebol brasileiro. A Raposa, equipe do primeiro escalão do esporte nacional, e o Leão, clube que ressurgiu após anos de ostracismo, e que luta para fazer uma campanha digna em seu primeiro ano no Módulo I depois de tanto tempo ausente.
Se a partida deste fim de semana acontece em um dos estádios mais emblemáticos do mundo, sede de Copa do Mundo e de tantos jogos importantes, aquele último confronto entre Cruzeiro e Tupynambás, nos anos 1960, acontecia em um palco que hoje está apenas na lembrança: O estádio da Alameda, antiga casa do América, que se localizava onde hoje é um grande hipermercado, no bairro Santa Efigência, região Leste de Belo Horizonte.
Na última vez que as duas equipes ficaram frente a frente, em 14 de fevereiro de 1962, o local do duelo deste domingo sequer existia. O Mineirão foi inaugurado em 1965, ou seja, praticamente três anos depois. E desde então se firmou como o mais importante campo de futebol do Estado.
E tem mais diferenças que hoje se mostram gigantes. O próprio Cruzeiro, conhecido multicampeão, o maior vencedor da Copa do Brasil com seis títulos, quatro vezes campeão Brasileiro e duas vezes dono da Copa Libertadores da América, era um clube em busca de espaço no cenário mineiro quando enfrentou o Tupynambás pela última vez.
Quando Raposa e Baeta duelaram pela última vez, o time celeste não havia nem vencido o poderoso Santos de Pelé, na final da Taça Brasil de 1966, título que colocou o clube em evidência no Brasil e no mundo.
E quando o Cruzeiro entrar em campo para enfrentar o time de Juiz de Fora, o fará quatro dias antes do aniversário de 57 anos do jogo que terminou 6 a 0 para a Raposa nos anos 1960.
O time do técnico Geninho à época foi ao gramado com a seguinte escalação: Márcio; Vavá (Raul), Benito (Adilson), Clever (Zé Braz), Emerson (Zé Francisco); Geraldino (Jairo), Antoninho, Elmo (Mirim), Rossi (Nelsinho); Paulo, Orlando (Nerival).
Mesmo com um técnico chamado de Santo Cristo, o Tupynambás não conseguiu o milagre para evitar a derrota acachapante à época. A escalação do time Baeta foi essa naquele jogo: Lima (Ronaldo), Xavier, Xexéu, Jorge, Herculano, Edualdo, Wilson, Jorge, Martins e Ci.
O goleiro cruzeirense Márcio ainda defendeu um pênalti e evitou o que poderia ter sido um 6 a 1 primórdio na história cruzeirense.
TUPYNAMBÁS
A data de fundação do Tupynambás é 15 de agosto de 1911, e o rival da equipe, o Tupi, foi criado por dissidentes do Leão em 1912. Um dos grandes feitos do Baeta foi a conquista do vice-campeonato Mineiro em 1934, mas depois disso o clube acabou ficando afastado do futebol por 35 anos.
Houve uma tentativa de retomada das atividades em 1969, em 1983 e em 2007, antes de 2016, quando o dinheiro da venda do lateral-direito Danilo, do Porto, de Portugal, para o Real Madrid, da Espanha, permitiu que as atividades do Tupynambás fossem retomadas.
Estima-se que o clube faturou mais de R$ 1 milhão, o que proporcionou a chance de pagar dívidas e retomar às atividades no futebol, galgando acessos das divisões inferiores até o vice-campeonato do Módulo II em 2018, que deu ao Baeta uma vaga na elite do futebol mineiro.
FICHA DO JOGO
Cruzeiro 6 x 0 Tupynambás
Data: 14/02/1962, às 21h
Motivo: Amistoso
Local: Estádio da Alameda, em Belo Horizonte
Renda: Cr$ 63.700
Arbitragem: Alcebiades Dias (Benigno Josino e Jaci Costa)
Gols: Benito (falta) aos 5' - [1 a 0], Antoninho aos 10' (2 a 0), Rossi aos 43' (3 a 0), Emerson aos 45' (4 a 0), Nerival no 2º tempo (5 a 0), Nerival (6 a 0).