NOVA DELHI - Um dos mais famosos monumentos de Nova Delhi, um mausoléu que inspirou o Taj Mahal, será reinaugurado oficialmente nesta quarta-feira (18) depois de uma reforma de cinco anos, que devolveu sua forma original. A tumba de Humayan, concluída em 1570 pela dinastia islâmica Mughal, que governou a maior parte do norte da Índia por mais de três séculos, é um patrimônio mundial da Unesco e uma das maiores atrações turísticas da capital indiana. Desde 2008, cerca de 1.500 artesãos trabalharam na tumba e em seu domo branco com formato de cebola, devolvendo o esplendor que tinha no século XVI em um projeto amplamente financiado pelo Fundo Aga Khan. O diretor do projeto, Ratish Nanda, explicou que o trabalho se baseou no rico, porém negligenciado, artesanato indiano, embora ocasionalmente tenha requisitado habilidades importadas para trabalhos tradicionais com gesso e confecção de telhas. "Até o século XVIII, a tumba de Humayun foi mantida em boas condições. Mas com o declínio do império Mughal, passou a ser negligenciada", relatou Nanda à AFP. "É um edifício enorme e foi terrivelmente mutilado por reparos realmente inapropriados", acrescentou. A tumba e seus jardins foram parcialmente abertos a visitação durante a reforma e serão inaugurados esta quarta pelo primeiro-ministro, Manmohan Singh, e por Aga Khan, um filantropo nascido na Suíça e líder espiritual muçulmano. "A tumba de Humayan foi um golpe de gênio. É o primeiro dos grandes mausoléus dinásticos que os Mughals construíram. Não há precedentes", disse Nanda. "É o modelo e o precursor do Taj Mahal". Embora a restauração da Tumba de Humayan seja uma história de sucesso, financiada por doações de caridade, ativistas afirmam que a Archaeological Survey of India, agência do governo encarregada da preservação dos monumentos culturais, carece de capacidades e recursos para cuidar adequadamente do patrimônio nacional.