O Ministério de Relações Exteriores da Rússia advertiu o governo da Ucrânia de que qualquer uso de força do exército ucraniano na tentativa de retomar o controle dos edifícios do governo em três cidades do leste pode mergulhar o país em uma guerra civil. Os russos pediram que o país vizinho desista de todo tipo de preparativos militares para deter os protestos dos pró-russos.
Moscou afirmou que tem informações sobre o envio de unidades das tropas do Ministério do Interior e da Guarda Nacional da Ucrânia para as regiões do leste, nas cidades de Donetsk, Kharkiv e Luhansk - territórios onde a etnia russa concentra a maioria da população.
"Fazemos um apelo para o fim de qualquer preparativo militar, que estão repletos de riscos de desencadear uma guerra civil", disse o comunicado da chancelaria russa.
Ontem, as forças pró-Moscou invadiram os prédios do governo da Ucrânia, hastearam bandeiras da Rússia e declararam novos governos em Donetsk, Luhansk e Kharkiv.
Logo após o episódio, o presidente em exercício da Ucrânia Oleksandr Turchynov disse que "medidas antiterroristas" seriam tomadas contra os manifestantes. Hoje, o ministro do Interior, Arsen Avakov, anunciou que 70 manifestantes pró-Rússia haviam sido presos em Kharkiv e que os prédios foram desocupados. Ele anunciou também que, em breve, pretende retomar o controle de Luhansk e Donetsk.
"Uma operação foi lançada hoje. Bloqueamos o centro da cidade e as estações de metrô de Kharkiv. Assim que terminarmos os esforços, tudo será normalizado", disse o ministro em nota divulgada no Facebook.
EUA e Rússia
Após o retorno das tensões no leste ucraniano, o governo dos Estados Unidos pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, para que deixe de "desestabilizar" a Ucrânia e manifestou a "preocupação com o aumento" dos conflitos no país pela crescente pressão russa. "Estamos prontos para aprovar sanções contra a economia russa a qualquer momento", disso o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Em entrevista à agência Interfax, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que o país reitera a disponibilidade para participar de negociações sobre a crise da Ucrânia. Ele também pediu um engajamento do país vizinho para terminar as tensões em seu território.
Lavrov reiterou que espera que o governo ucraniano apresente um novo projeto de Constituição para as negociações com os Estados Unidos e a União Europeia. Por fim, ele comentou os referendos das três cidades ucranianas que pretendem se anexar ao território russo: "Eu prefiro evitar qualquer humor subjetivo nesse momento", afirmou.
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