Serra do Curral

Ministério Público abre investigação sobre nomeação da nova presidente do Iepha

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojeemdia.com.br
25/05/2022 às 15:45.
Atualizado em 25/05/2022 às 15:52
 (Lucas Prates/Hoje Em Dia)

(Lucas Prates/Hoje Em Dia)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vai apurar a nomeação da nova presidente do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Marília Palhares Machado. Ela é prima de primeiro grau de um dos diretores da Taquaril Mineração S/A (Tamisa), empresa que recebeu a polêmica liberação para realizar atividades minerárias na Serra do Curral.

Marília foi nomeada para o cargo pelo governador Romeu Zema (Novo). Ela assume a presidência do Iepha após a saída de Felipe Cardoso Vale Pires, que foi exonerado após encaminhar um documento ao Ministério Público afirmando que o Instituto não foi consultado sobre um possível impacto da mineração ao patrimônio cultural.

Marília é arquiteta e prima de primeiro grau por parte de pai do diretor da Tamisa, Guilherme Augusto Gonçalves Machado. No cargo, ela se torna uma das responsáveis por colocar em pauta de votação o processo de tombamento da Serra do Curral.

Caso o tombamento estadual fosse aprovado, ficaria proibida a mineração no local. O Ministério Público de Minas afirma que recebeu uma representação anônima. Links de notícias sobre a nomeação da nova presidente do Iepha foram enviados ao órgão.

A 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público abriu uma apuração inicial para avaliar se há “elementos que justifiquem ou não a instauração de procedimento investigatório”.

O governo de Minas diz, por meio de nota, que a nomeação de Marília Machado ao cargo se deu por conta do “seu currículo, experiência e trajetória em defesa do Patrimônio Histórico". Sobre o processo de tombamento, o texto diz que já houve aprovação técnica do dossiê do Iepha, e o Ministério Público recomendou que o estudo fosse apresentado ao Conselho Estadual de Patrimônio Cultural.

Já a Tamisa, também por nota, afirma que o diretor Guilherme Machado não possui proximidade pessoal com a presidente do Iepha. A mineradora garante que não há qualquer “vedação legal na normativa estadual em relação ao parentesco de quarto grau” entre os dois.

Sobre a falta de estudo do Instituto, a Tamisa diz que o ex-presidente do Iepha Felipe Pires,confirmou que o projeto tem análise emitida pela presidência anterior. Por isso, a nova presidente não precisaria fazer nova manifestação.

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