SÃO PAULO - O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, considerou nesta terça-feira (12) um ato de represália a decisão dos Estados Unidos de expulsar dois de seus diplomatas depois que o governo do país declarou como "personas non gratas" dois adidos militares americanos.
"O governo bolivariano entende esse gesto como uma retaliação, como represália, porque não se corresponde com o princípio de reciprocidade que alegaram", disse o ministro ao canal estatal de televisão "VTV".
"Nenhum dos dignos funcionários de consulado e diplomatas que foram expulsos dos Estados Unidos estavam em contato com oficiais do Exército americano para que dessem um golpe de Estado contra o presidente Obama, coisa que estavam fazendo os adidos militares que foram expulsos da Venezuela", explicou Jaua.
Os Estados Unidos notificaram no sábado à Venezuela a expulsão de Orlando Montañéz Olivaras, segundo secretário da Embaixada da Venezuela, e Víctor Camacaro Mata, funcionário consular, que segundo as mesmas fontes já retornaram a seu país.
Na terça-feira passada, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o ministro das Relações Exteriores, Elías Jaua, anunciaram a expulsão de David Delmonaco e David Costal, ambos da legação americana em Caracas.
Homenagem
O governo da Venezuela prestou hoje uma homenagem a Hugo Chávez, morto há uma semana.
Em uma mensagem transmitida em cadeia nacional da Academia Militar, onde Chávez está sendo velado, Jaua falou sobre o compromisso da equipe que governa a Venezuela de seguir o legado de Chávez. "Não o traímos em vida, não trairemos sua memória."
Participaram da homenagem o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro; o presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello; representantes da Força Armada Nacional Venezuelana, ministros, familiares e amigos de Chávez. O ato foi realizado na mesma hora em que Chávez morreu no último dia 5.