Mistério no caso Bruno; julgamento começa nesta segunda

Do Hoje em Dia
19/11/2012 às 06:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:23

Começa nesta segunda no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, um julgamento que será acompanhado com muita atenção pela imprensa. Entre os réus, destaca-se Bruno Fernandes das Dores de Souza, que era um famoso goleiro do Flamengo, no Rio, na época em que Eliza Samudio desapareceu, em junho de 2010. Bruno foi denunciado pelo Ministério Público como mandante do crime, pois a polícia suspeita ter sido Eliza assassinada, embora não conseguisse encontrar vestígios do corpo.

Já prevendo que o julgamento se transformará num espetáculo midiático, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues, que vai presidi-lo, tratou de estabelecer limites à presença de pessoas no local. Decidiu que só dois parentes de cada um dos cinco réus poderão acompanhar o júri popular. No foco das atenções, além dos denunciados, estarão os denunciantes. Eles precisam demonstrar que atuaram de forma capaz e inteligente na apuração do misterioso desaparecimento de Eliza, mãe de um menino que dizia ser filho de Bruno.

O Supremo Tribunal Federal, que por duas vezes negou os pedidos de habeas corpus feitos pelos advogados do ex-goleiro – o primeiro, em dezembro de 2011, pelo ministro Ayres Brito, e o segundo, há dois meses, por Joaquim Barbosa –, se interessa também por esse julgamento. Afinal, não se pode manter, sem fortes razões, um suspeito aprisionado por mais de dois anos numa penitenciária de segurança máxima.

Bruno parece confiante na estratégia de seu advogado, Rui Pimenta, que há alguns dias levantou a possibilidade de que Eliza esteja vivendo em algum país europeu com nome falso. Estivéssemos lendo um livro de Erle Stanley Gardner, não teríamos qualquer dúvida de que, no momento decisivo, Perry Mason apresentaria ao júri provas de que a mulher assassinada não morreu. No entanto, raras vezes se pode ver na vida real o que se lê na ficção.

De qualquer forma, esse longo processo parece estar caminhando para um desfecho. Mas não se esgotaram, certamente, os recursos que advogados experientes escondem na manga para eventualidades. Um deles foi apresentado há sete dias ao Supremo pelo advogado de outro réu, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Alegou que a defesa só teve acesso às transcrições dos depoimentos, não às gravações com as falas e as emoções dos depoentes. Por isso, pediu o adiamento do júri. No mesmo dia, o ministro Joaquim Barbosa rejeitou o pedido. Às vezes, os juízes são bem rápidos.
 

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