(Fiat/Divulgação)
A Moody's prevê uma expansão de 0,9% do PIB do Brasil em 2017 e crescimento de 1,5% em 2018, conforme consta em relatório divulgado nesta terça-feira, 17, sobre as projeções para a América Latina este ano. Segundo a agência de risco, a dinâmica política fragmentada e investigações de corrupção engolfaram o governo em 2016 e prejudicaram a habilidade das autoridades de resolver os problemas fiscais.
"O risco político diminuiu um pouco após a conclusão do impeachment na segunda metade de 2016. As projeções econômicas estão começando a melhorar modestamente e o pior da contração econômica provavelmente ficou para trás. Entretanto, o ritmo da recuperação será lento em 2017, dado que a demanda dos consumidores e a produção industrial continuam fracos", diz o relatório.
Além disso, a Moody's ressalta que a aprovação e a implementação de reformas fiscais essenciais ainda estão em progresso. "A trajetória do rating soberano do Brasil em 2017 e 2018 vai depender da capacidade do governo de implementar as reformas fiscais estruturais e reverter a tendência de alta da dívida pública".
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A agência diz ainda que, apesar das expectativas de recuperação em 2017, os números mais recentes do PIB mostram um cenário heterogêneo. "Vai levar tempo para o País reconquistar um ritmo firme de investimentos e utilização da capacidade instalada, após dois anos de contração econômica", explica o texto.
Ao mesmo tempo, a Moody's lembra que uma exposição limitada ao risco cambial e um acesso a um mercado doméstico amplo e líquido vão continuar a mitigar o risco de crédito do Brasil. A agência aponta que apenas uma pequena parte da dívida pública federal - menos de 5% do total - é denominada em moeda estrangeira e um conjunto diversificado de investidores domésticos (bancos, fundos mútuos, seguradoras e fundos de pensão) detém a maior parte da dívida.
Em outubro do ano passado, o vice-presidente e analista sênior da Moody's Samar Maziada afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a PEC do teto e um bom avanço da reforma da Previdência em 2017 seriam favoráveis para a avaliação do rating do Brasil. Em fevereiro daquele ano, a Moody's retirou o grau de investimento do País, ao rebaixar de Baa3 para Ba2 a nota brasileira, com perspectiva negativa.