(Maurício Vieira)
A noite de sábado (16) parecia comum para a balconista Sonia de Souza, de 35 anos. Ela chegou em casa, no Centro de Macacos, na Grande BH, por volta das 19h. Tomou banho e brincou com os filhos Arthur e Adrian.
Tudo mudou, no entanto, quando recebeu uma ligação. Do outro lado da linha, a irmã avisava: "A barragem está se rompendo". Desesperada e com medo, Sonia foi, de imediato, para a igreja, um dos pontos de encontro sinalizados pela Vale.
Lá, sob chuva, carregava as duas crianças e sentia o drama dos vizinhos que, assim como ela, foram pegos de surpresa. "Até que, de repente, a sirene começou a tocar. Meu filho chorava, com medo do que poderia acontecer", conta a balconista, que é natural de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha.
Somente a 1h, lembra, foi informada de que a casa não estaria em risco, caso a barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, se rompesse.
"Naquela hora, consegui voltar. Mas não me sinto segura. É angustiante. Ontem, não consegui jantar. Hoje, não tomei café da manhã. Aparece tudo na minha cabeça, como se estivesse acontecendo agora", desabafa.
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