(Maurício Vieira)
Moradores do bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte, se reuniram na tarde desta segunda-feira (21) para definir ações a serem tomadas após a queda de um avião no bairro nesta manhã. O objetivo inicial é que o aeroporto Carlos Prates, de onde o bimotor decolou, seja interditado.Maurício Vieira /
Moradores se reúnem para definir ações no bairro após a queda do avião
Nas próximas semanas, um abaixo-assinado percorrerrá o comércio do bairro, além de uma coleta de assinaturas virtual. Haverá ainda um protesto com balões brancos e os moradores querem celebrar um culto ecumênico em memória às vítimas.
Carolina Quelotti, umas das organizadoras da reunião, relata que foi criado um grupo no WhatsApp e outro no Telegram, com comitês de trabalho. "Inicialmente vamos pleitear o fechamento do aeroporto, mas isso vai depender do que a gente conseguir de informações para levar ao poder público", afirmou.Maurício Vieira /
Carolina Quelotti, umas das organizadoras da reunião
Como plano B, o grupo vai tentar audiências públicas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A professora Duda Salabert, que mora no bairro e participou da reunião, se comprometeu a verificar como estão as licenças ambientais do empreendimento, para possíveis questionamentos jurídicos.Maurício Vieira /
Professora Duda Salabert, moradora do Caiçara, participou da reunião
"Temos que avaliar como está a questão ambiental e a fiscalização neste aeroporto. Por que essas duas últimas aeronaves tiveram acidentes?", questionou.
Uma terceira alternativa do grupo é uma alteração na rota de voo do Carlos Prates, semelhante à que foi feita no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Lá, após o acidente com o voo da Tam, em 2007, os voos tiveram rotas alteradas a fim de evitar novas tragédias.
"Alternativas a gente tem que achar. Não sei (se alterar as rotas apenas transfere o problema de lugar), mas do jeito que está, não pode ficar", ponderou Quelotti.
Na reunião, moradores também conversaram sobre outras duas possíveis medidas: o questionamento à Infraero sobre o pouco cuidado com as matas no entorno do aeroporto e também a proibição do uso do espaço para treinamento de pilotos que ainda estão em processo de aprendizado.