(Jorge Mamani/ Abi )
Depois de receber "uma chuva de críticas" na Bolívia e na Argentina, onde espera por asilo políttico, o ex-presidente Evo Morales retratou-se, nesta quinta-feira (16), de sua proposta de criar "milícias populares" e destacou que sua "convicção mais profunda sempre foi a defesa da vida e da paz".
"Há alguns dias, tornaram-se públicas declarações minhas sobre a formação de milícias. Me retrato delas", afirmou o ex-presidente boliviano em sua conta no Twitter, em referência a afirmações feitas domingo passado (12) em uma entrevista radiofônica.
No início da tarde, o governo interino da Bolívia rechaçou a retratação de Morales de suas declarações sobre a formação de milícias armadas no país e reiterou que o ex-mandatário e deve responder à justiça por crimes de sedição e terrorismo.
"Ninguém vota nele [Morales] no país. Ele saiu porque queria, e aqui estamos esperando por ele. Se ele tem problemas com a Justiça, tem que responder", disse o ministro da Justiça do governo interino, Álvaro Coimbra.
Morales enfrenta um mandado de prisão por incitação a cometer crimes, sedição e terrorismo.
"A liderança de Evo Morales perdeu o norte com declarações muito infelizes, e isso não tem nada a ver com o que o país quer”, afirmou o ministro. Segundo Coimbra, os bolivianos querem eleições, um governo estável, que forneça uma economia estável, que lhes dê trabalho e que todos se reconciliem.
Argentina
As declarações de Evo Morales também foram condenadas pelos deputados da União Cívica Radical (UCR), que, nesta quarta-feira (15), apresentaram ao Congresso argentino um projeto de resolução com o objetivo de negar o status de refugiado ao ex-presidente boliviano.
Evo Morales renunciou à Presidência em 10 de novembro do ano passado em meio a pressões militares e a grandes manifestações de protesto contra fraudes no processo em que foi eleito para o quarto mandato presidencial.
Após a renúncia, Morales pediu asilo no México e depois foi para a Argentina, onde se encontra atualmente.
*Com informações da Agência Nacional de Notícias da Argentina (Télam) e da Agência Boliviana de Informação (ABI)