Dose protege contra as cepas H1N1, H3N2 e B e pode ser administrada junto a outras vacinas do Calendário Nacional de Imunização
Médicos reforçam a importância da vacinação para reduzir os casos ou quadro de complicações provocados pela gripe (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Iniciada há uma semana, a vacinação contra a gripe reforça o alerta diante de uma doença muitas vezes ignorada por parte da população. A infecção viral pode provocar complicações graves, que não raro terminam em morte. Em 2024, nada menos que 156 mineiros perderam a vida após o diagnóstico de Influenza. O número representa o triplo do que foi registrado no ano anterior (52).
Em menos de quatro meses de 2025 já são dez óbitos, com 248 internações. No território mineiro, os casos de gripe ocorrem em proporção semelhante entre homens e mulheres. No entanto, há uma predominância nas faixas etárias de 60 anos ou mais (35,7%) e de menores de 2 anos (17,7%).
Os dados reforçam a importância da vacinação. Idosos e as crianças fazem parte do público-alvo da campanha. “O imunizante é destinado, prioritariamente, às crianças, idosos e gestantes, porque correm maior risco de contrair a doença, ter uma piora no quadro e evoluir para óbito”, destaca o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.
Além das crianças de 6 meses a 5 anos, pessoas com 60 anos ou mais e grávidas, integram o grupo prioritário os trabalhadores da saúde, puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto), profissionais de transporte e das forças de segurança, professores e pessoas com doenças crônicas ou deficiências.
Está programado para 10/5 o dia D de mobilização nacional. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que a coordenação e execução da campanha são de responsabilidade das prefeituras municipais, que organizam as estratégias de vacinação.
Além dessas ações, a SES-MG também orienta o uso de máscara no caso de suspeita ou confirmação de infecção por vírus respiratórios, além da necessidade de se manter o distanciamento, higienização das mãos - principalmente depois de tossir ou espirrar.
Com a chegada do outono e inverno, a incidência de doenças respiratórias em crianças aumenta de forma considerável. A pneumologista pediatra do HIJPII Chalene Mezêncio explica que a sazonalidade das enfermidades está ligada a uma combinação de fatores.
“Ambientes fechados, menor ventilação e maior circulação de vírus típicos dessa época facilitam a transmissão. Crianças em creches ou em contato com irmãos mais velhos, que trazem vírus da escola, ficam mais vulneráveis a infecções”, afirma.
Sobre os sinais de alerta, a médica explica que nem toda febre exige uma ida ao pronto-socorro, mas alguns sintomas não podem esperar. “Febre persistente por mais de três dias, prostração, recusa de alimentação, vômitos ou dificuldade respiratória — como respiração acelerada, marcando as costelas — são sinais de alerta”. Para crianças com histórico de doenças respiratórias, como asma e alergias, o cuidado deve ser redobrado.
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