(Marcelo Almeida/TJMG/Divulgação)
O motorista acusado de provocar um acidente que matou um jovem de 20 anos no trevo do Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi condenado a 2 anos e 6 meses em regime aberto, por homicídio culposo, aquele onde não há a intenção de matar. O julgamento terminou na noite desta quarta-feira (13).
A batida foi na avenida Nossa Senhora do Carmo, no dia 15 de setembro de 2012 e segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no dia do acidente, por volta das 4h, Michael Donizete Lourenço, de 28 anos, dirigia uma Land Rover, em alta velocidade, quando causou o acidente que matou Fábio Pimentel Fraiha.
Na época, ele foi preso em flagrante e solto após pagar fiança e firmar compromisso de comparecer perante à Justiça a cada dois meses.
De acordo com a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette, o julgamento foi presidido pela juíza Janete Gomes Moreira e o Conselho de Sentença foi composto por seis mulheres e um homem. Cinco pessoas foram ouvidas como testemunhas de acusação e de defesa.
Durante o interrogatório, o réu negou que estava alcoolizado no momento do acidente e que participava de um “racha” quando atingiu o veículo da vítima.
Acusação
Durante os debates, o promotor Valter Shigueo Moriyama, afirmou que o réu estava alcoolizado no momento da batida e destacou o fato de Michael só ter feito os exames que indicariam a presença de álcool no seu organismo depois de 9 horas do ocorrido.
Em relação à presença de álcool no organismo da vítima, apontada por perícia, o promotor destacou que reações químicas transformam o açúcar presente no sangue em álcool em cadáveres. Com isso, o resultado da perícia não é conclusivo.
Atuando como assistente de acusação, o advogado Obregon Gonçalves reforçou os argumentos do Ministério Público e destacou que o réu assumiu o risco de matar alguém ao dirigir embriagado, infringindo as leis de trânsito. Gonçalves pediu ao Conselho de Sentença que condenasse o réu, combatendo a sensação de impunidade que paira na sociedade.
Defesa
A advogada Juliana Drumond Furquim Werneck rebateu as argumentações da acusação e destacou o fato de Fábio ter ingerido álcool. Alegou ainda que a vítima avançou o sinal, entrando na avenida Nossa Senhora do Carmo sem olhar.
Juliana rebateu também a acusação de que o teor de álcool no corpo da vítima tenha sido alterado por conta das reações químicas. Segundo ela, essa transformação (de açúcar em álcool) só acontece 24 horas após a morte e os exames foram feitos antes desse prazo.
*Com informações do TJMG