MP pede prisão de dirigente da Santa Casa do Rio

Equipe AE
17/01/2014 às 16:04.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:24

O Ministério Público do Estado do Rio pediu nesta quinta-feira, 16, à Justiça, a prisão preventiva do provedor da Santa Casa da Misericórdia, Dahas Chade Zarur, de 87 anos, acusado de irregularidades e fraudes fiscais na venda de jazigos e imóveis de propriedade da instituição entre julho de 2004 e agosto de 2013. Há cinco meses, Zarur foi afastado pela Justiça do cargo na Santa Casa. Além do provedor, também foi pedida a prisão de mais três funcionários da tradicional instituição, suspeitos de serem seus cúmplices: Raimundo Marcelo de Oliveira, Augusto José dos Santos e Djalma Castilho. A denúncia, feita com base em investigação da Delegacia Fazendária, aponta Zarur como chefe da organização.

Ao todo, 24 pessoas envolvidas no esquema foram denunciadas sob acusação de crimes de estelionato, corrupção passiva, formação de quadrilha, construção não autorizada em solo não edificável, apropriação indébita e posse irregular de arma de fogo. De acordo com o MP, o provedor da Santa Casa "atuava em conluio com os administradores por ele nomeados e funcionários dos 13 cemitérios públicos gerenciados pela Santa Casa para aumentar a arrecadação, sobretudo com construções irregulares de jazigos, que eram vendidos, muitas vezes, por valores acima da tabela, sem a emissão de notas fiscais ou por intermédio de notas fiscais frias".

Ainda segundo a denúncia, os acusados foram responsabilizados pelo crime de estelionato decorrente da venda fraudulenta de 23 imóveis da Santa Casa, que totalizaram o valor estimado de R$ 21 milhões. Em junho de 2010, Zarur determinou o fechamento da tesouraria da instituição, possibilitando, segundo o MP, a ausência contábil de todas as entradas financeiras relativas aos cemitérios e facilitando o desvio do dinheiro para seu patrimônio pessoal. Os promotores resnponsáveis pela denúncia atuam no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Até o fim da noite desta quinta, a denúncia não havia sido aceita pela Justiça. Os advogados dos acusados não foram localizados pela reportagem.
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