MÚSICA

MPB4 e Kleiton & Kledir celebram no palco amizade de 40 anos

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
29/07/2022 às 12:56.
Atualizado em 29/07/2022 às 13:06
No repertório, sucessos como "Roda Viva", "Vira Virou" e "Cálice" (Dalton Valerio/Divulgação)

No repertório, sucessos como "Roda Viva", "Vira Virou" e "Cálice" (Dalton Valerio/Divulgação)

Um dos momentos-chave do show que marca o encontro do conjunto MPB4 com a dupla gaúcha Kleiton e Kledir acontece durante a canção “Cálice”, composta por Chico Buarque e Gilberto Gil e marco da luta contra a censura e as desigualdades sociais na década de 1970.

“As pessoas cantam juntas com a gente porque é uma dessas músicas antigas que se tornaram atuais. Ela fala de coisas graves, como a falta de liberdade de expressão, situação que voltamos a vivenciar hoje em dia”, registra Paulo Malagutti, integrante do MPB4.

O repertório do quarteto é marcado por “canções com mensagem”, sejam elas de amor ou políticas. É o elemento que os levaram a cruzar o caminho de Kleiton e Kledir, ainda em 1979. A apresentação no Sesc Palladium, neste sábado, às 21h, celebra quatro décadas desta amizade.

Eles já dividiram o mesmo show desde 1980, quando Kleiton e Kleiton eram apenas dois “guris”, ainda desconhecidos, e ofereceram uma de suas composições para o MPB4 gravar. A música era “Vira Virou”, igualmente de forte leitura política, e se transformou num grande sucesso.

“Apesar de virmos de lugares distantes – eles de Pelotas e nós do Rio de Janeiro e Niterói – temos muita coisa em comum. É um encontro muito feliz de amigos e parceiros antigos”, afirma Malaguti, que completa, em outubro, dez anos de MPB4, após substituir Magro.

Da mesma forma que o MPB4, lá atrás, abraçou a dupla gaúcha, Malaguti se sentiu especial ao ser convidado pelos integrantes originais Na época, ele integrava outro grupo vocal, o Céu da Boca. “É uma honra e um orgulho imenso pertencer a um grupo histórico como o MPB4”, destaca.

O sucesso colhido em 57 anos não subiu à cabeça de seus integrantes. “É muito emocionante ver a postura que eles mantêm até hoje com muita simplicidade e respeito à música, principalmente dos originais. Eles não têm pose”, registra Malaguti.

Os remanescentes da formação original são  Aquiles (74 anos) e Miltinho (78). Magro faleceu em 2012 e Ruy Faria, em 2018, dando lugar a Dalmo. Nos últimos anos, a relação com Kleiton e Kledir voltou a se estreitar, a partir da turnê do CD comemorativo “O Sonho, a Vida, a Roda  Vida”.

Durante o período de isolamento, eles lançaram a música “Paz e Amor”, em que cada um gravou a voz separadamente. “É uma canção tipo ‘Imagine’, de John Lennon, com uma mensagem bonita sobre acreditar num mundo mais justo, solidário e feliz. É outro momento bonito do show”, assinala.

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