MST ocupa fazenda de Eike Batista em São Joaquim de Bicas

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
26/07/2017 às 11:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:45
 (MST/Divulgação)

(MST/Divulgação)

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou, na madrugada desta quarta-feira (26), um complexo de fazendas em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pertencente à MMX, uma das empresas de Eike Batista. Cerca de 200 famílias participaram da ocupação e já começaram a plantar alimentos no local. A MMX está em recuperação judicial. 

De acordo com o movimento, o complexo tem cerca de 700 hectares e já foi usada para mineração, mas hoje está abandonada. “Queremos que órgãos ambientais do Estado venham até aqui para fiscalizar os absurdos ambientais que estão acontecendo nesse território. Aqui tem escavações irregulares, degradação do solo, liberação de rejeitos de mineração para o rio Paraopeba”, afirma Sílvio Neto, coordenador do MST em Minas.

Esta não é a única propriedade de Eike Batista ocupada pelo movimento. Desde março deste ano, o MST ocupa a fazenda Santa Terezinha, no município de Itatiaiuçu, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Atualmente, quase mil famílias moram na fazenda, de acordo com o movimento.

Segundo levantamento do MST, Eike Batista é dono de cerca de 10 mil hectares de terras somente na Região Metropolitana de BH. O movimento quer pressionar o Governo Federal a incluir essas propriedades na reforma agrária, já que o empresário está envolvido em casos de corrupção listados pela Operação “Lava Jato”. Em Minas Gerais, atualmente há 57 conflitos envolvendo o MST.

A reportagem procurou pela MMX, mas não conseguiu entrar em contato com a empresa. 

Chapada do Apodi

Na noite de terça-feira (25), integrantes do movimento ocuparam uma área da Chapada do Apodi, no oeste do Rio Grande do Norte. Segundo o movimento, o Projeto do Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi é ligado ao ex-deputado e ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “Esse projeto é resultado de uma articulação, do então Ministro da Integração Nacional, Henrique Alves, junto à bancada ruralista e as multinacionais do agronegócio”, afirma o movimento, em nota.

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