Mulher é agarrada à força, leva cabeçada e se fere em bloco que luta pelo empoderamento feminino

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
26/02/2017 às 18:22.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:44

Uma mulher ficou ferida neste domingo (26) ao levar uma cabeçada no nariz durante o desfile do Unidos do Samba Queixinho, justamente no dia em que o bloco foi às ruas para cobrar respeito às mulheres e mais empoderamento feminino. 

Segundo policiais militares que auxiliaram a moça, a agressão teria acontecido após a mulher discutir com um homem que tentou agarrá-la e beija-lá à força, no bairro Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte. A própria vítima depois relatou o fato à reportagem.

"Me lembro bem do cara, um rapaz careca, que vestia camisa preta, tinha o resto pintado de laranja, uma cor meio terrosa, e os olhos de preto como um demônio. Ele estava me seguindo. Eu, junto dos meus amigos, estrenhei e fiquei com medo. Ele ficou por muito tempo atrás da gente e ficava me agarrando. Teve uma hora que fui até ele e pedi para que se afastasse de nós, ou chamaria os policiais. Nesse momento levei a cabeçada no nariz", contou a jornalista.

A mulher foi encaminhada ao atendimento médico móvel, realizado por uma ambulância que estava na avenida Nossa Senhora de Fátima, onde recebeu os primeiros socorros. 

Em contato com o Hoje em Dia, os profissionais médicos que cuidaram dela disseram que a jornalista sofreu escoriações no nariz, que sangrou após a pancada. No entanto, após uma avaliação inicial, não havia sido detectada fratura na face da mulher. Apesar disso, os médicos indicaram que a vítima procurasse um hospital para avaliar com mais detalhes o local machucado. 

"Fui direto para o hospital, estava com medo de ter quebrado o nariz e acontecer algo sério. O médico disse que sofri uma luxação no nariz, não quebrei de fato, mas tive um corte interno. Teve muito sangramento e isso me preocupou. O médico pediu para colocar gelo, tomar analgésico. Ele disse que pode ficar roxo, que é normal", descreveu.

A Polícia Militar não prendeu o agressor e não soube informar sobre a identidade do homem. "Não me atentei naquela hora a nada em relação a alguma denúncia. Nunca vi o cara (agressor), mas vou fazer alguma ocorrência sim", comentou.

"Se algum fotógrafo tem imagens dessa pessoa que descrevi, por favor, divulgue de alguma forma", pediu a jovem.

Durante o desfile do Unidos do Queixinho, a abre alas do grupo, Ana Clara Carvalho, 29, conhecida como "Cacaia", fez um discurso que inflamou, principalmente, as mulheres presentes. Além de falar da agressão sofrida pela mulher, a integrante do bloco pediu respeito e igualdade entre homens e mulheres.


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