(Arquivo pessoal)
Ao sair para um passeio em família no feriado de 1º de maio, a advogada Bárbara de Assis, de 34 anos, não imaginou que a diversão se transformaria em dor de cabeça, literalmente. A moça relata que foi vítima de uma falha no freio da tirolesa instalada no Mirante das Mangabeiras, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Bárbara contou ao Hoje em Dia que foi passear com o marido e o filho de 9 anos no local e o garoto quis descer a tirolesa. "Ele insistiu, nós aceitamos. Aí ele desceu em uma corda e eu e meu marido fomos colocados em outra", explicou. De acordo com a advogada, no momento da descida não houve desaceleração e ela e o marido se chocaram contra uma rede de proteção, que teria chegado a rasgar, mas eles não ultrapassaram. "Foi uma sensação parecida com a criada por uma cama elástica, nós batemos a mais ou menos 80 km/h, meu tênis voou do pé e foi por um milagre que não atravessamos a rede, que rasgou", detalhou.
Após o acidente, Bárbara conta que teve que ficar esperando o gerente, que estava de folga, por duas horas, e sem atendimento de primeiros socorros. "Então ele disse que me levaria para o hospital para resguardar a empresa e me levou em um carro de passeio", relata.
No dia seguinte ao acidente, segundo Bárbara, a empresa entrou em contato e agradeceu por ela não ter registrado boletim de ocorrência, dizendo, ainda, que acionaria o seguro para prestar toda a assistência necessária e entraria novamente em contato. No entanto, de acordo com a vítima, ela não foi mais procurada. "Eu não pretendia mesmo levar à polícia, mas depois dessa ligação e de ficar esperando esse contato do seguro, eu resolvi que publicar o caso era a melhor escolha, porque assim eu também consigo evitar que outras pessoas passem por isso", explicou.
Segundo a advogada, ela sofreu ferimentos nos dois braços e na perna direita e está em repouso desde o acidente, em tratamento com antibióticos, porque uma ferida no cotovelo acabou infeccionando. O marido dela sofreu apenas ferimentos leves e não foi necessário atendimento médico.
A advogada registrou boletim de ocorrência, fez exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, agora, diz que vai entrar com uma ação contra a empresa e espera que a ocorrência não se repita.
A empresa foi procurada para comentar o caso e negou que tenha havido falha na frenagem, informando não saber o que pode ter levado à ocorrência com o casal. Em nota, a Tirolesa BH afirmou, ainda, que "todos os equipamentos estão em perfeitas condições e todos os procedimentos de socorro foram seguidos de imediato e rigorosamente conforme regras de segurança de padrão internacional, tendo a empresa prestado toda assistência, inclusive em questões materiais".
Já a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, que administra o mirante, afirmou, em nota, que os documentos que atestam a segurança da atração estão vigentes e atendendo ao previsto no contrato, no entanto, ressaltou que, em caso de acidentes, "é obrigação do Permissionário/Empresa prestar todo socorro e assistência necessários, encaminhando a pessoa para atendimento médico emergencial, se for o caso". A fundação concluiu afirmando que "no caso do incidente ocorrido com o casal em 1º de maio, a Prefeitura já está apurando as circunstâncias do fato e verificando se há necessidade de alguma intervenção ou medida junto à empresa, nos termos do contrato em vigor".