(Luis Costa)
Depois de investir em sonhos de consumo mais caros, como smartphones e eletrônicos em anos anteriores, o belo-horizontino vai priorizar as “lembrancinhas” neste Natal, além do pagamento de dívidas.
Pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) aponta que roupas, brinquedos e calçados estão no topo da lista como principal destino do 13º salário das mulheres ouvidas no levantamento. Somente depois das compras vêm o pagamento de dívidas e investimento na poupança.
Os homens, por sua vez, priorizam a quitação dos débitos, seguidos da poupança. A compra de presentes no fim de ano é o último item nas prioridades masculinas.
Para a analista de pesquisa da Fecomércio, Luana Oliveira, esse comportamento é normal, uma vez que o “apelo sentimental” da mulher é “mais forte”. “Ela tem a preocupação em presentear, enquanto o homem é mais contido nesse sentido”, avaliou.
Segundo o levantamento, diferentemente do que ocorreu em anos anteriores, a maioria das pessoas tem a intenção de comprar os presentes com pagamento à vista.
“Normalmente, os consumidores preferem o crédito parcelado, mas esse ano houve uma elevação para pagamentos à vista. Se o comerciante ficar atento e promover descontos para pagamentos à vista, deve aumentar as vendas”.
Brasil
A vontade do consumidor de diminuir os gastos de fim de ano, priorizando produtos de menor valor, como indicado na pesquisa da Fecomércio, é respaldada por levantamento feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que mostrou que 68% dos brasileiros pretendem utilizar o 13º salário para pagar dívidas.
Segundo o economista Lucas Radd de Oliveira, da WG Finanças Pessoais, este ano o brasileiro abandonou o perfil “imediatista” e “confiante” com o futuro da economia, sobretudo para o ano que vem. “Ele está mais conservador com o momento da economia”, analisou.
De acordo com a pesquisa da Anefac, 11% dos brasileiros pretendem utilizar o 13º para compras de Natal, enquanto apenas 2% planejam investir o dinheiro na poupança.
Segundo Lucas, isso ocorre porque o consumidor quer “diminuir o endividamento e ter mais dinheiro para uma emergência”.
Controle
Lucas orienta os consumidores a adotar uma postura mais cautelosa neste fim de ano, de olho nos tradicionais gastos de janeiro, como o IPTU, IPVA, e material escolar dos filhos, que pesam no orçamento familiar.
“Não adianta gastar tudo agora e não ter dinheiro para pagar as despesas de janeiro”, explica Lucas, que ainda recomenda atenção redobrada para fontes de renda extra, como o 13º salário.
“Tem que listar as receitas e as despesas. Sobrou dinheiro? Use para pagar à vista. Se não sobrou ou vai faltar, aí vale uma renegociação”, afirmou.