8 de Março

Mulheres dominam redes sociais e vendem mais que homens no online

Leíse Costa
leise.costa@hojeemdia.com.br
Publicado em 08/03/2022 às 06:30.
A empreendedora Juliene Araújo criou a Neta da Elvira, projeto exclusivo para o Instagram (Maurício Vieira)

A empreendedora Juliene Araújo criou a Neta da Elvira, projeto exclusivo para o Instagram (Maurício Vieira)

Quando o “segredo” está em vender online, as mulheres são as que mais utilizam as redes sociais para alavancar negócios. É o que revela a última edição da pesquisa “O impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo a qual 79% das mulheres vendedoras exploram as ferramentas online, enquanto entre os homens essa proporção é de 70%.

No Dia Internacional da Mulher, comemorado neste 8 de março, a pesquisa confirma o que, segundo a analista de marketing do Sebrae Minas, Fernanda Fontes, é nítido: as mulheres são mais dispostas a aprender novas habilidades, tanto por necessidade, já que elas ainda faturam menos, quanto por característica de perfil.

“A mulher tem a capacidade de escuta acurada para perceber qual o desejo do consumidor. Ela tem disponibilidade para conversar e realiza uma venda consultiva em que entende as reais necessidades do consumidor. Se pensarmos que as redes são, antes de tudo, plataformas de relacionamento, este é um dos fatores que destacam as mulheres nas redes sociais”, diz.

De acordo com os dados da pesquisa, desde o início do levantamento, em 2020, as mulheres (79%) continuam vendendo mais do que os homens pelas redes sociais (70%). A prevalência se confirma nos índices das três principais mídias em atuação no Brasil: WhatsApp (86% contra 83%), Instagram (58% ante 46%) e Facebook (43% contra 41%). O WhatsApp for Business, ferramenta exclusiva para o relacionamento entre negócios e consumidores, também é proporcionalmente mais utilizado por empreendedoras do que pelos empreendedores, 65% contra 59%.

Empreendedoras

São vários os exemplos de empreendedoras que avançam com seus negócios nas redes sociais, independente da idade e fases da vida. Aos 22 anos, Rafaella Pimenta já abarca experiência empreendendo no segmento de confeitaria desde os 17. No último ano, a jovem inovou com a fabricação dos “bentô cakes”, bolinhos com frases engraçadas escritas na linguagem da internet, com preço médio de R$ 40.

Enquanto cursava publicidade e propaganda, a jovem aplicava os conhecimentos no próprio negócio. “Desde a primeira publicação, meu foco sempre foi fazer com que meus clientes quisessem comprar um produto para postar nas redes sociais e marcasse um perfil, o que divulgava meu trabalho. Atualmente, 90% dos meus clientes passam pelas minhas redes antes de fazer um pedido”, diz. Hoje, a marca mineira já tem mais de 6 mil seguidores no Instagram e 17 mil curtidas no TikTok. 

Acostumada a expor os temperos caseiros da Casa Branca Especiarias em feiras, a aposentada Maria Virgínia Andrade manteve o negócio da família de pé ao adotar novas ferramentas no início da pandemia. “Meu maior canal é o WhatsApp Business, que tem um sistema completo, com o catálogo de produtos e a sacola com os selecionados pelo cliente, e onde ocorre 70% do meu faturamento contra 30% das vendas físicas. No Instagram, tivemos a oportunidade de apresentar os temperos para um número muito maior de pessoas”, estima.

Perfil Instagram

Foi usando da empatia para se conectar com outras mães que a empreendedora Juliene Araújo criou a Neta da Elvira, projeto exclusivo para o Instagram, criado com a proposta de importar roupas infantis de uma marca de luxo. Mãe de primeira viagem, ela desistiu de voltar ao mercado de trabalho formal devido à sobrecarga da rotina de cuidados domésticos e à maternidade. 

Para oxigenar a mente, Juliene começou a importar roupas de bebês e encontrou centenas de mães de classe média e alta ávidas para comprar enxovais importados. “Estabeleci metas desde o primeiro mês. A primeira era vender R$ 1 mil, mas vendi R$ 5 mil, exclusivamente com o Instagram, onde também me conecto com as clientes porque sou apaixonada por maternidade e compartilho minha rotina com o Theo”, diz. Com o ticket médio de R$100, ela aumentou a quantidade de mercadorias importadas em 200% em 2021 e já projeta a necessidade de alugar uma sala para comportar o estoque de 2022.

  

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