LOS ANGELES - Quatro soldados femininas, entre elas duas condecoradas por mérito por sua coragem no Afeganistão, processaram o Pentágono esta terça-feira (27) pela política de manter as mulheres longe dos campos de batalha.
Apoiadas pela União Americana de Liberdades Civis (ACLU, a maior organização de direitos humanos do país), as oficiais acusaram esta política de ser "uma injustiça contra as mulheres (...) que arriscam suas vidas pelo país".
"Desde menina queria ser piloto da Força Aérea e provei minha habilidade em cada passo que dei", disse a comandante Mary Jennings Hegar, piloto de helicóptero de resgate que fazia resgates médicos no Afeganistão.
Sua aeronave foi derrubada em 2009 quando estava resgatando três soldados feridos e ela teve que combater com ferimentos de metralhadora. Foi condecorada com o Coração Púrpura e a Ação Distinguida de Valor.
"A habilidade de servir em combate tem muito pouco a ver com o gênero ou qualquer outra generalização. Tem a ver com o coração, o caráter, as capacidades, a determinação e a dedicação", disse, citada em um comunicado da ACLU que anuncia a demanda.
"Esta política é uma injustiça contra as mulheres que nos precederam e arriscam suas vidas por seu país", acrescentou.
As mulheres não têm acesso às unidades de combate em campo, embora muitas mulheres soldado tenham participado de milhares de combates de qualquer forma. Nos últimos dez anos no Iraque e no Afeganistão, mais de 140 morreram no campo de batalha.
Em fevereiro, o Pentágono anunciou mudanças de estrutura que permitirão às mulheres ocupar mais de 14 mil cargos, a maioria no exército e na Marinha, que antes eram exclusivos para homens.
Mas a proibição geral contra as mulheres no campo de batalha permanece e sua presença é proscrita na infantaria, os tanques e as forças especiais.