(Reprodução/ Freepik)
Mais da metade dos jovens brasileiros não têm acesso à formação profissional por falta de oportunidades ou por não encontrarem cursos sintonizados com suas realidades. É o que aponta a pesquisa “Futuro do Trabalho para as Juventudes Brasileiras”, feita pelo Instituto Ciclica em parceria com a Fundação Roberto Marinho.
O levantamento analisou jovens brasileiros de 14 a 29 anos e mostra quais são as principais mudanças que impactam o mercado de trabalho, como demográficas, sociais, econômicas, expansão da internet e redes sociais.
Para os pesquisadores, a formação profissional é um dos principais caminhos para a inclusão produtiva e social dos jovens. No entanto, dados sobre a inserção educacional e laboral mostram que há falhas na preparação desse público para o mundo do trabalho.
O estudo aponta ainda que identificar as principais tendências do mundo do trabalho é fundamental para que se compreenda o cenário de desafios e oportunidades para a inclusão produtiva dos jovens.
Orientação vocacional
Segundo a professora Letícia Corrêa, mestre em Administração, gestora de RH e Professional Lider Coach, das Faculdades Promove, muitas pessoas não sabem diferenciar um teste vocacional da orientação profissional. Ela diz que a orientação na escolha de uma profissão vai além da realização de um teste.
“É um processo de acompanhamento que facilita, que aponta um norte na escolha da profissão. A orientação profissional orienta o jovem no processo importantíssimo de autoconhecimento. O coaching propicia a identificação dos talentos e das tarefas compatíveis com preferências e propósitos do profissional”, afirma a especialista.
Letícia explica que os métodos usados pelo coach permitem que o aluno, jovem profissional ou profissionais que atuam há mais tempo no mercado possam se conhecer melhor e aprofundar em questões pessoais que refletem diretamente no sucesso da carreira. Com isso, é possível reconhecer quais são as dificuldades que se tem para realizar os objetivos.
De acordo com a professora, uma pesquisa do ano passado, feita por alunas do curso de Administração das Faculdades Promove, mostrou que grande parte dos jovens têm dificuldades em entender e identificar o que gosta, seus valores, suas habilidades e necessidades.
“Independentemente do retrato social, ou nível social do jovem brasileiro, o que realmente pode impulsionar a escolha da profissão é o autoconhecimento, a vontade de buscar conhecimento e de melhorar as habilidades e competências”, afirma Letícia Corrêa.
Ela reforça que testes vocacionais só devem ser realizados por um profissional de Psicologia.
Gestão de carreira
Para o professor Silvino Paulino dos Santos Neto, pesquisador da área de gestão de carreiras, professor do curso de Administração e coordenador do Núcleo de Pesquisa das Faculdades Promove, quando se fala em orientação vocacional e gerenciamento de carreira não se pode deixar de analisar as atuais gerações. Ele acredita que os jovens de hoje têm diferentes perspectivas.
“Isso provoca ou deveria provocar nas empresas, ou mesmo nas instituições que oferecem formações, uma movimentação diferente para que esses jovens profissionais tenham acesso a formações de diferenciadas”.
O especialista explica que os jovens da geração exigem, tanto do mercado quanto das empresas, uma situação de desejo de desafio muito grande e uma mudança no formato de como percebem e enxergam o trabalho.
“Então, muitos se decepcionam ou não conseguem se relacionar de forma saudável com o movimento e o formato que temos hoje nas organizações ou nos núcleos de formação, porque estão enraizados em gerações anteriores”, esclarece Silvino Paulino dos Santos Neto.
O professor destaca ainda que o mercado de trabalho precisa se movimentar na mesma direção das novas gerações. Ele lembra que existem estudos modernos sobre a questão das carreiras, que apontam o que essas movimentações entre as gerações exigem dos profissionais mais jovens.
“É preciso dissecar quais são os desejos, os conflitos, qual é a forma com que esse profissional enxerga e entende o trabalho. Hoje, por exemplo, o que tem segurado os jovens nas empresas é o desafio. Então, as organizações, assim como o mercado de trabalho, precisam apresentar algo desafiador para esses jovens”, afirma Silvino Paulino dos Santos Neto.
Núcleo de Práticas em Administração
As Faculdades Promove contam com um serviço que prepara e auxilia a integração do aluno no mercado de trabalho antes da conclusão do curso: o Núcleo de Práticas em Administração (NPA). A coordenadora do NPA e dos cursos de Administração, Gestão e Contabilidade da instituição, Andrea Arnaut, explica que o processo de sair do Ensino Médio e escolher uma profissão é muito difícil para os jovens que acabaram de completar 18 anos.
"Esse público acredita que precisa escolher uma profissão para o resto da vida, mas não existe nada que seja 'para resto da vida'. É um processo de avaliação e mudança, o mundo muda o tempo todo”, esclarece a especialista.
Ela destaca que o trabalho do Núcleo de Práticas em Administração das Faculdades Promove é dar orientação, direcionamento, oportunidade para que eesse estudante conheça melhor o mercado de trabalho, seus desafios, alinhando com os próprios sonhos e com a identificação em cada área.
O NPA oferece atendimento de práticas voltadas para as áreas de Gestão de Negócios e Contábeis e conta com serviços como auxílio para elaboração de currículo, preparação para entrevistas de emprego, orientação profissional, finanças pessoais, consultoria com dois profissionais do Sebrae.
O Núcleo atende a comunidade interna, professores, alunos de outros cursos e até o público externo, como empresários conveniados e consultores. Além de estudantes, o NPA oferece serviços para pessoas em transição de carreira ou que desejam mudar de curso, por meio do serviço de Coaching de Carreira.
A professora Letícia Correa destaca que a direção das Faculdades Promove prevê junto ao colegiado, a cada semestre, a necessidade de atualização na grade curricular do curso. Segundo ela, as alterações acontecem para que o aluno receba conhecimentos dentro da realidade do mercado. “Instituições de ensino que não atualizam a grade curricular podem comprometer a inclusão desses jovens”, completa.
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