Espera de 7 meses

Na mesma situação de Faustão, 22 pessoas aguardam transplante de coração em Minas

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
23/08/2023 às 13:09.
Atualizado em 23/08/2023 às 14:45
 (Reprodução/ Pixabay)

(Reprodução/ Pixabay)

No último domingo (20), o apresentador Fausto Silva, de 73 anos, anunciou que precisará passar por transplante de coração. Faustão, inclusive, já entrou na fila de espera do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde, onde já estão 22 pessoas de Minas - dados de julho.

O tempo estimado de espera pelo procedimento no Estado é de sete meses e os critérios de urgência, dependem de uma série de fatores clínicos. No ano passado, 32 esperavam por um novo coração. E cerca de 5,9 mil pessoas aguardam por transplantes de outros órgãos e tecidos. 

O diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, explica que os transplantes de coração são indicados em casos de pacientes com condição de insuficiência cardíaca que  persiste mesmo após a pessoa receber o tratamento clínico. Segundo ele, diversas doenças podem levar à recomendação do transplante, como pressão arterial alterada há longa data, isquemia do miocárdio e diabetes.

O médico explica que todos os pacientes devem respeitar a fila do SNT, sejam eles do SUS, planos de saúde ou pagos pelo paciente. Contudo, o diretor do MG Transplantes conta que a fila de espera não é apenas cronológica, e que casos de urgência, como é o do apresentador Faustão, passam na frente. 



"A posição do paciente na fila e os critérios de desempate vão além do tempo de espera. É uma conjunção de fatores que considera a gravidade da doença, situação de urgência, grupo sanguíneo, aspectos imunológicos, tamanho do coração e outros diversos fatores”, explica o médico.

Além disso, os transplantes de órgãos dependem das condições de saúde do doador. Um doador jovem, por exemplo, tende a ser mais saudável que um paciente de idade mais avançada, conta o diretor do MG Transplantes.

No ranking de transplantes realizados no estado, o coração ocupa o 4º lugar, ficando atrás dos transplantes de córnea, rim e fígado. Neste ano, 43 pessoas fizeram transplante de coração em todo o estado, segundo um levantamento do MG Transplantes. Em todo ano passado, foram 41 procedimentos no mesmo período, que representa um aumento de 4,87%.

Ainda assim, o especialista garante que pacientes que recebem um novo coração ganham também qualidade de vida.

“Em média, na literatura, a chance de sobrevida é acima de 75%, ou seja, 75% dos pacientes com coração transplantados vão sobreviver e aumentar a expectativa de vida. Ele ganha qualidade de vida, porque, em alguns casos, o paciente com insuficiência cardíaca tem muito cansaço, é restrito a várias atividades, alguns não conseguem nem sequer sair de casa”, finaliza o diretor do MG Transplantes.

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