'Na próxima semana, analisarei', diz Toffoli sobre inquérito de Renan Calheiros

Ezequiel Fagundes* - Hoje em Dia
26/02/2016 às 13:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:35
 (José Cruz/ABr)

(José Cruz/ABr)

Em Belo Horizonte para realizar uma palestra nesta sexta-feira (26), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffolli, afirmou que será célere a análise sobre o novo pedido de abertura de inquérito contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na quinta-feira (25), Toffoli foi designado para assumir a relatória do pedido de investigação contra Calheiros.

O pedido para investigar o senador foi apresentado na última sexta-feira (19) pela Procuradoria Geral da República. A solicitação aponta indícios de movimentação suspeita de R$ 5,7 milhões nas contas do peemedebista. “Vim para Belo Horizonte e ainda nem tive tempo de olhar essa questão. Quando retornar a Brasília, na próxima semana, analisarei”, declarou Toffoli, em rápida entrevista concedida em uma unidade do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas.

A PGR também busca provas da suposta prática de lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos). A suspeita surgiu em outra investigação sobre Renan Calheiros, relacionada ao suposto uso de notas fiscais frias para tentar justificar renda.

O pedido de inquérito já contém 1.922 páginas, distribuídas em 9 volumes, e foi inicialmente apresentado ao ministro Edson Fachin, relator do inquérito sobre as notas frias. Ele, no entanto, abriu mão do novo caso por não ver relação com o caso anterior. Toffoli foi sorteado como novo relator por determinação do presidente do STF, Ricardo Lewandowski.

A nova apuração sobre Renan Calheiros foi originada do inquérito sobre as notas frias. Dentro dela, o Ministério Público encontrou indícios de "infrações penais tributárias", como sonegação de impostos, relacionadas à venda de gado, e abriu uma nova frente de investigação específica para isso.

Histórico

O inquérito original surgiu de suspeitas de que um lobista ligado à empreiteira Mendes Júnior pagava a pensão de uma filha que ele teve fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso. O escândalo, ocorrido em 2007, foi uma dos fatores que levou Renan a renunciar à presidência do Senado na época.

Para desmentir, Calheiros apresentou ao Conselho de Ética notas e comprovantes de transporte de gado para comprovar que tinha renda suficiente para arcar com a pensão. Uma análise da Polícia Federal (PF), no entanto, levantou dúvida quanto à veracidade dos documentos e a PGR denunciou o senador por falsidade ideológica. Esse inquérito já tem quase 9 mil páginas.

No STF, Renan Calheiros também é alvo de seis inquéritos derivados da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobas e sob relatoria do ministro Teori Zavascki. Calheiros tem refutado as denúncias.

* Com informações do G1

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