(Divulgação/Ford)
O Brasil é um dos poucos países do mundo onde os picapes médios têm status de modelos de luxo. Independentemente das causas deste fenômeno, se é um provincianismo ou uma adaptação natural, a verdade é que há muita gente que prefere uma caminhonetona a um Classe C, da Mercedes-Benz. E de olho neste filão, a Ford não economizou na reformulação do Ranger, que chegou à segunda geração com uma síntese de todas as qualidades dos mais recentes lançamentos deste segmento.
Mais do que isso, o novo picape é, sem sombra de dúvidas, o mais avançado de sua categoria em nível mundial, seja pela capacitação, conteúdo, tecnologia embarcada e segurança. Obviamente, que um veículo que custa R$ 131 mil – como a unidade avaliada – tem obrigação de ser completo, mas as caminhonetes sempre tiveram limitações, principalmente em termos de eletrônica.
Maior que seu antecessor, o novo Ranger ainda está mais atraente, sem o peso de tantas reestilizações. Por dentro, a arquitetura interna também é nova e há regulagem elétrica para o banco do motorista, climatização em duas zonas, navegador por satélite (GPS) integrado e câmera de ré – inéditos no modelo anterior.
O pacote de proteção também ganhou novidades importantíssimas, como o controle eletrônico de estabilidade (ESP), inédito até agora. Ele reúne oito funções, entre elas o controle de velocidade em descida de ladeiras e barrancos (HDC), o assistente de arranque em aclives (Hill Holder), monitoramento de oscilação de reboque e assistência de frenagem (Brake Assist), entre outras.
Já em termos de segurança ativa, o novo Ranger oferece airbags laterais e cortinas infláveis.
Rodando, o utilitário impressiona pela força do motor turbodiesel Duratorq, de 200 cv, que equipe a versão Limited – topo de linha. O picape anda muito e, mesmo com mais de duas toneladas, pula na frente de muito hatchback metido a esportivo. Na estrada, então, ele simplesmente devora o asfalto. Já fora dela, ele atravessa área alagadas com até 80 cm e não há morro que ele não escale.
senões
Mas também há senões, como a falta de ajuste de profundidade para a coluna de direção – regulável apenas em altura – e o preço astronômico de tudo isso. As proporções hercúleas do novo Ranger também fazem dele um estorvo no trânsito pesado. Achar uma vaga para seus mais de 5,35 metros é tarefa quase impossível – na garagem lá do prédio, ele quase ficou entalado. Seu consumo urbano, de 7,9 km/l, também é maior que o da concorrência.
Mais indicado para reis do gado, o novo Ranger é a melhor escolha para quem prefere um fivelão à estrela de três pontas.