Negócios que nascem aqui incrementam exportações brasileiras

Jornal O Norte
16/07/2008 às 10:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:38

Valéria Esteves


Repórter

Couro sem berne, de qualidade. Cachaça certificada, frutas sendo exportadas e o progresso batendo a porta do norte mineiro a cada dia. Boi rastreado com qualidade para exportação. Isso mesmo essas algumas das inúmeras minúcias produzidas no Norte de Minas e que tem pegado carona no desenvolvimento e no espírito do desenvolvimento como bem afirmou o vice-presidente da república, José Alencar em sua visita a Montes Claros, durante a Expomontes 2008. 

Frente a essa perspectiva de desenvolvimento sustentável o governo mineiro tanto quanto federal tem detectado que as exportações têm crescido, apesar de o Brasil ter sofrido com os subsídios agrícolas e com as constantes variações das cotações nos preços dos alimentos e dos insumos agrícolas provocado pela inflação. Mas nem isso foi capaz de conter as exportações. Conforme nota divulgada pelo boletim agropecuário a maior valorização do óleo em relação ao farelo, comprovada pela análise dos preços do grão e seus derivados na Bolsa de Chicago, aparece nas estimativas da Abiove- Associação das Indústrias de Óleos Vegetais para as exportações do complexo soja neste ano. A entidade prevê preço médio da tonelada de grão exportada de US$ 420, 48,4% mais que em 2007. A cotação média da tonelada do óleo deverá subir 41,4%, para US$ 1.000. A previsão para o farelo é de alta de 35%, para US$ 320/tonelada.

Nas exportações totais projetadas pela Abiove para o ano, os volumes fazem diferença e o óleo retorna ao terceiro lugar. Os embarques deverão render US$ 17,808 bilhões, 57,3% mais que em 2007. Para as vendas externas de grão, o aumento previsto é de 70,9%, para US$ 11,466 bilhões; para o farelo, o salto estimado é de 41,8%, para US$ 4,192 bilhões; e no caso do óleo deverá haver incremento de 29,8%, para US$ 2,15 bilhões. Nas três frentes, os valores previstos para 2008 são recordes históricos.

ESCALA DE RECORDE

As exportações mineiras superaram, com folga, a meta prevista de US$ 17 bilhões e atingiram, em 2007, o valor de US$ 18,35 bilhões, recorde histórico da série anual. A expansão acumulada em comparação ao ano anterior foi de 17,1%, superior à média nacional, que foi de 16,3%. Também a participação de Minas cresceu em relação às exportações brasileiras. Passou de 11,36% em 2006 para 11,44% em 2007. As importações e o saldo da balança comercial também alcançaram resultados históricos.

- A expansão notável é resultado dos esforços que as empresas mineiras, apoiadas pelo governo, têm feito para expandir seus mercados. Esse crescimento foi facilitado pelos cenários interno e externo favoráveis. Tivemos um ano de crescimento sustentado, não tivemos grandes oscilações econômicas ao longo dos últimos 12 meses e nem fomos seriamente abalados por qualquer crise internacional, afirmou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Marcio de Lacerda.

Entre os produtos que mais sobressaíram no ano estiveram os da cadeia minerometalúrgica, com destaque para os minérios de ferro, cujos preços no mercado internacional cresceram de forma notável, o que ajudou o principal produto da pauta de exportação a atingir bons resultados em 2007.  A cadeia minerometalúrgica contabilizou mais de US$ 8,8 bilhões (52,7% do total).

Outros grupos de produtos importantes foram café, materiais de transporte, metais, pedras e metais preciosos, papel e celulose e produtos químicos. Os produtos do agronegócio aparecem em destaque dentre os grupos de produtos com maior expansão relativa nos primeiros 10 meses. Os grupos -albumina/gelatinas- e cereais, em particular, tiveram expansão superior a 1000% em relação ao mesmo período de 2006, a despeito de uma situação cambial adversa.

O ano passado também foi marcado pelo fato de a China ter assumido o posto de principal destino das exportações mineiras. Até novembro as exportações para a China acumularam US$ 2,7 bilhões e crescimento de 42,6% em valor exportado.

CONTRIBUIÇÃO

Nos últimos anos, o café contribuiu com a metade do valor comercializado por Minas e movimentou US$ 2,5 bilhões. Em relação ao ano de 2006, o aumento foi de 21%. O setor de carnes ficou com o segundo lugar na balança do agronegócio mineiro, crescendo 28% e atingindo US$ 620 milhões em negócios.

Destaque para o setor avícola. O crescimento foi de 45% nas vendas, que chegaram a US$ 161 milhões. As exportações de carne bovina cresceram 17% (US$ 333 milhões) e as de carne suína 51% (US$ 41 milhões).

O setor florestal, com a venda de madeira de florestas plantadas e produtos elaborados, aparece em terceiro lugar na lista de exportação, com vendas de US$ 587 milhões. Um crescimento de 26%. Mas outros produtos também chamaram atenção pelo aumento do valor das vendas. As exportações de produtos lácteos cresceram 202%, movimentando US$ 116 milhões.

O milho, outro produto disputado no exterior depois do aumento do uso do cereal nos Estados Unidos para a produção de etanol, teve um crescimento nas vendas de 516%, chegando a US$ 23 milhões. Em volume, o aumento foi ainda maior, passando de 9,9 mil toneladas para 113 mil toneladas. Alta de 1038%. Mas a quantidade exportada ainda é pequena considerando que a produção mineira ocupa o segundo lugar no ranking nacional e fechou 2007 com uma safra de 6,3 milhões de toneladas.

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