(NEWTON SANTOS/Divulgação)
Enquanto o consumo de café em cápsulas – também conhecido como monodoses – deve dobrar nos próximos dois anos, a preocupação com o descarte das embalagens também aumenta e é motivo de estudos e busca de soluções. E foi com o objetivo de conscientizar os consumidores e mostrar práticas de sustentabilidade que a Nespresso montou um estande na Semana Internacional do Café, no Expominas, em Belo Horizonte.
Enquanto uma lata de alumínio de refrigerante ou cerveja contém de 13 a 14 gramas de alumínio, uma cápsula de café contém apenas 1 grama, o que torna o produto menos atrativo aos tradicionais recicladores. No entanto, a Nespresso investe no conceito de sustentabilidade de uma forma mais ampla e educativa.
“Nosso trabalho é estimular e conscientizar os consumidores. Temos 33 pontos de coleta em nossas lojas. Assim que o consumidor vem adquirir novas cápsulas, temos espaço para que ele traga as embalagens já utilizadas”, explica a responsável pela área de sustentabilidade da empresa, Cláudia Leite.
Só que o Brasil ainda dá os primeiros passos quando se fala em reciclagem. “Temos hoje uma capacidade de reciclar 60% do que é produzido. Nossa meta para 2020 é chegar aos 100%”, informa Cláudia Leite, da Nespresso. E a empresa, braço da franco-suíça Nestlé, tem investido pesado. Só em ações e pesquisas de novas práticas e materiais a Nespresso investiu 25 milhões de francos suíços no mundo (mais de R$ 75 milhões, em 2016).
As cápsulas usadas contêm, basicamente, dois subprodutos. O café, que é transformado em adubo, e o alumínio, que é “infinitamente reciclável”, informou Cláudia Leite. Entre outras metas propostas pela Nespresso está também a gestão eficiente das emissões de carbono. “Nosso objetivo é sermos 100% eficientes neste aspecto em toda a cadeia, desde o plantio e colheita de café nas fazendas até a fabricação e distribuição”, diz.
Em algumas regiões da capital paulista e do Rio de Janeiro a entrega de cápsulas pedidas por aplicativos ou telefone é feita por bicicletas. Com um detalhe: o mesmo ciclista que entrega o produto também volta para as lojas com as embalagens a serem descartadas.
Produção
Segundo dados da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faemg), Minas deverá produzir um total de 24 milhões de sacas de café em 2017, o que corresponde a 54% da produção no país.
“Se Minas Gerais fosse um país, seria o maior país produtor de café do mundo”, diz a responsável pela sustentabilidade da Nespresso. A empresa trabalha com 2 mil cafeicultores em todo o Brasil, sendo que metade do que a Nespresso consume em todo o mundo sai do Brasil.
Feira
A Semana Internacional do Café espera bater recorde de público. Segundo os organizadores, mais de 5 mil visitaram a feira que acontece desde 2006 e termina hoje.