Viagens que custavam R$ 5,25 subiram para R$ 5,75 nas linhas convencionais e do Move
(Valéria Marques/Hoje em Dia)
Usuários do transporte público de Belo Horizonte criticaram o aumento das passagens de ônibus nesta quinta-feira (2), primeiro dia útil do ano após o reajuste. A tarifa mais comum - linhas convencionais e do Move - passou de R$ 5,25 para R$ 5,75, ou seja quase 10% mais cara. As linhas curtas passaram de R$ 2,50 para R$ 2,75.
Segundo os passageiros, além do custo adicional, as atuais condições do meio de transporte são ruins, com coletivos cheios e atrasos diários. "É um absurdo!", desabafa o encarregado de obras Carlos Alves, de 42 anos, que utiliza o ônibus diariamente para ir ao trabalho. "Já não dava para pagar as contas todas, agora vai ficar ainda mais difícil".
Quem também criticou o reajuste foi o armador de ferragens Luiz Eduardo. Ele gasta quase R$ 800 por mês com transporte público. Para o passageiro, o serviço prestado não é de qualidade.
A má qualidade do serviço é a mesma reclamação da vendedora de móveis Luciana Aparecida. "Os ônibus estão sempre lotados, quebrados e atrasados. E agora ainda temos que pagar mais caro?", questiona.
A cuidadora de idosos Célia Aparecida da Silva Barbosa disse que o valor a mais sairá do bolso dela. "Achei o preço bastante elevado, principalmente para quem, como eu, utiliza o transporte público diariamente. Muitas vezes, esse custo sai do próprio bolso, já que nem todos os empregadores arcam com a passagem", disse.
O vereador eleito Pablo Almeida (PL) protocolou uma representação no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) pedindo a suspensão do aumento das passagens dos coletivos em BH e a realização de uma auditoria no sistema de transporte público.
Na representação, Almeida alega que o reajuste é “ilegal” e representa uma “lesão ao erário e ao interesse público”. O parlamentar argumenta que o contrato com as empresas de ônibus já prevê um superávit e que o aumento da tarifa seria um “desrespeito à população”.
A deputada federal Duda Salabert (PDT) também ingressou com uma ação judicial com o mesmo objetivo. A parlamentar questiona a necessidade do aumento, considerando que as empresas de ônibus já recebem um subsídio significativo da prefeitura.
A prefeitura justifica o reajuste como necessário para manter os investimentos no sistema de transporte público e garantir a melhoria dos serviços oferecidos à população. Segundo a PBH, o último aumento havia ocorrido em 29 de dezembro de 2023, após um período de quatro anos sem reajustes. Além disso, as 12 linhas que atendem vilas e favelas da capital mineira continuarão gratuitas.
O executivo municipal informou que o valor da tarifa é calculado com base em uma série de variáveis, como o custo do combustível, manutenção dos veículos e pagamento de pessoal. Segundo a PBH, o valor da passagem deveria ser ainda maior, mas a prefeitura subsidia parte do custo para garantir a acessibilidade ao transporte público.
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