Nomeação agita oposição e embaraça aliado na ALMG

28/04/2016 às 19:26.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:10

Apesar das prerrogativas do governador Fernando Pimentel (PT), a nomeação da primeira-dama Carolina Oliveira para a Secretaria de Trabalho e Ação Social alvoroçou a oposição e embaraçou a base aliada, especialmente o chamado bloco intermediário. Guardadas as devidas proporções, a comparação com o episódio envolvendo a fracassada nomeação do ex-presidente Lula (PT) para o Ministério da Casa Civil foi inevitável. Para a oposição, é nítido o desvio de função e improbidade administrativa, sob o argumento de blindá-la perante eventuais processos judiciais.

Com o objetivo de provocar o mesmo desfecho da situação nacional, a oposição vai acionar a Justiça Comum para suspender o ato de posse de Carolina, que, como o governador, também é investigada por suposto envolvimento em irregularidades eleitorais pela Operação Acrônimo da Polícia Federal. Já os aliados consideram ato normal, segundo o qual o governador pode escolher quem quiser para compor a equipe. Tecnicamente, a maioria admite que se trata de estratégia processual, ou seja, se consumar a posse, ela não poderá ser processada na primeira instância, somente no Tribunal de Justiça (foro privilegiado).

As especulações cresceram ainda mais após nota divulgada pelo governo, vinculando o ato à ampla reforma política e administrativa, que teria objetivo dar maior eficiência à máquina. Nos bastidores, dizem que o presidente da Cemig, Mauro Borges, alvo da mesma operação, seria transferido para a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), estatal que ganharia status de secretaria na reforma administrativa. 

Deputados do PSD, da base governista, estranham a informação da mesma nota de que “as conversas estariam adiantadas” para que o partido integrasse o secretariado. Caso aconteça seria mais da cota pessoal do que partidária. Cotado para secretário, o deputado Fábio Cherem disse que não tem nada definido. Com as mudanças, Carolina acumulará a secretaria com a presidência do Servas, cargo que ocupa; o deputado estadual André Quintão deixa a pasta do Trabalho e reassume o mandato. Seu suplente, professor Neivaldo, deixa a Assembleia e assume a Secretaria de Desenvolvimento Agrário. Glênio Martins, que hoje responde por essa secretaria, assumirá outra posição. 

Modo Brasília

Antes do início das duas reuniões do governador com líderes da base aliada na Assembleia e a bancada estadual do PMDB, respectivamente, na terça (26) e quarta (27), uma elegante assessora do Palácio da Liberdade solicitou que todos deixassem os celulares do lado de fora, para que ninguém fosse perturbado. Foi plenamente atendida, apesar do constrangimento de alguns.

João Leite sobe no telhado

A candidatura a prefeito de Belo Horizonte do deputado João Leite (PSDB) subiu no telhado e corre o risco de não decolar. Após encontro que teve com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, na terça (26), João Leite voltou desanimado, apesar do apoio político do tucano maior. Escaldado em outras batalhas malsucedidas pela mesma prefeitura, o pré-candidato sonhava com céu de brigadeiro: ter apoio de Aécio e do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Na dúvida, preferiu fazer as malas e passar 15 dias nos Estados Unidos.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por