Norte de Minas proibido de plantar algodão com tecnologia

Jornal O Norte
09/10/2007 às 10:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:19

José Tibúrcio Carvalho


Colaboração para O NORTE

Em reunião realizada na quinta-feira, 04, no auditório do Ima - Instituto mineiro de agropecuária, o ministério da Agricultura, através do coordenador geral do Zoneamento Agroclimático, Francisco José Mitidieri, e do pesquisador agrometeorologia da Embrapa e assessor do Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Américo Bortini do Amaral, foi mostrada a metodologia de elaboração do zoneamento agroclimático para o algodão herbáceo. Na reunião estiveram presentes o secretário adjunto da agricultura, Paulo Romano, diretoria técnica da Epamig, Emater-MG, o coordenador do Proalminas da secretaria de estado da Agricultura Lindomar Antônio Lopes, assessora do ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA Adriana Bicalho, e o prefeito de Catuti José Barbosa Filho, o Zinga, bem como o diretor da Amipa, técnico agrícola José Tibúrcio de Carvalho Filho.

A reunião teve como objetivo tratar da exclusão dos municípios de Catuti, Espinosa, Mato Verde, Monte Azul, Pai Pedro, Mamonas e Gameleiras da portaria 76 do Mapa, que não incluía os municípios citados e a mudança no período de semeadura dos municípios inclusos, tais como: Porteirinha, Janaúba, Serranópolis de Minas, Jaíba, Matias Cardoso, Capitão Enéas, Francisco Sá e São Francisco.

Segundo o técnico Tibúrcio existem falhas na portaria do Mapa, evidenciada na apresentação de Francisco Mitidieri, onde consta que os municípios excluídos pertencem às estações meteorológica de Montezuma e Rio Pardo de Minas e, na verdade, a estação do INMET que deveria ser tomada como base de referência está localizada nos municípios de Monte Azul e Espinosa e esse erro na coleta de dados fez com que os municípios ficassem excluídos, não podendo plantar algodão, sua vocação natural desde o século dezoito.

Foram apresentados os relatórios da Emater e da Epamig, ambos favoráveis à inclusão dos municípios no referido zoneamento, levando-se em conta a aptidão,  dados pluviométricos de 15 anos das estações meteorológicas de Janaúba, Monte Azul, Espinosa e Mocambinho, balanço hídrico e climatológico do solo, concluindo que as condições climáticas são altamente favoráveis ao plantio do algodão.   

Os reclamantes presentes à reunião consideram o zoneamento agroclimático uma ferramenta para mapear a agricultura brasileira, mas  lamentam que os responsáveis pela elaboração não considerem os trabalhos  tecnológicos  de órgãos renomados da esfera estadual,  desprezando inovações tecnológicas, e lamentam a existência de uma certa arrogância do ministério da Agricultura, responsável pela obtenção de dados, em considerar os trabalhos científicos disponibilizados pelos centros de pesquisa estaduais que, com certeza, agregariam valor ao mapa do zoneamento agrícola. 

O projeto de retomada do algodão no Norte de Minas, segundo seus elaboradores, tem como objetivo incentivar o plantio de algodão com novas tecnologias disponíveis, gerando 40 mil empregos diretos e inserindo a agricultura familiar na economia de mercado, o que resgataria o orgulho e o brilho dos munícipes que existiam na década de 80, gerando milhares de emprego e renda.

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