'Nós não vamos fechar', diz funcionário de João de Deus

Da Redação*
15/12/2018 às 08:46.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:35
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A notícia da decretação da prisão preventiva de João de Deus abalou a cidade de Abadiânia, a 113 quilômetros de Brasília. Na Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus faz os atendimentos a cerca de 3 mil fiéis por semana, o maior receio era de que o local fechasse as portas.

Um dos funcionários mais próximos de João de Deus, Francisco Lobo, afirmou ter recebido ligações de fiéis com dúvidas sobre como será o funcionamento do centro. "Nós não vamos fechar. Aqui é uma casa religiosa."

Nesta semana, a primeira depois que vieram a público as denúncias de abuso sexual contra João de Deus, o movimento da Dom Inácio caiu de forma expressiva. Lobo atribuiu parte da redução do movimento à proximidade das festas de fim de ano. "Claro, quem nunca veio até aqui pode ter adiado. Mas quem conhece a casa não se abalou."

O movimento das pousadas também diminuiu. Uma gerente, que não quis ter seu nome publicado, afirmou que o prejuízo nos últimos três dias foi de R$ 10 mil. O turismo religioso exerce papel importante na economia de Abadiânia, de 17 mil habitantes. A estimativa é de que a casa Dom Inácio de Loyola gere 1,3 mil empregos diretos e indiretos. 

Vítimas em Minas

Em Minas, o número de possíveis vítimas de abuso sexual do médium continua aumentando. Até a noite desta quinta (13), o Ministério Público de Minas Gerais havia registrado as denúncias de 11 mulheres. De acordo com o órgão, as vítimas estão sendo acolhidas pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos (CAODH).

Todos os relatos foram recebidos em Minas e encaminhados ao Ministério Público do Estado de Goiás. Conforme o MPMG, o canal de comunicação com o CAODH para possíveis vítimas de João de Deus é o telefone (31) 3330-8394. *(com Estadão Conteúdo)Leia mais: Mulher diz ter sido abusada por João de Deus em Vitória Força-tarefa apura denúncias contra João de Deus em seis países Defesa de João de Deus afirma não ter tido acesso a depoimentos

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