Nova ofensiva de grupo argentino na Usiminas

Bruno Porto - Hoje em Dia
03/10/2014 às 08:31.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:27
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

O Grupo argentino Ternium/Techint surpreendeu nesta quinta-feira (02) em nova ofensiva para recuperar seu poder dentro da Usiminas e, na mesma tacada, tornou-se o maior acionista individual da fabricante de aços planos do Brasil e conquistou mais uma cadeira no Conselho de Administração.    No final da tarde, após o fechamento do mercado, o conglomerado anunciou que adquiriu por R$ 616,7 milhões o equivalente a 51,4 milhões de ações ordinárias (com direito a voto) da siderúrgica mineira.  Os papéis estavam nas mãos da Caixa de Previdência do Banco do Brasil (Previ) e foram negociadas por R$ 12 cada, um ágio de 82% sobre o valor das ações ontem. A Ternium/Techint passa a deter 38% das ações ordinárias (antes detinha 27,6%). A Nippon Steel responde por 29,4% das ações com direito a voto.    No Conselho de Administração, a Nippon possui três assentos, a Previdência dos Empregados da Usiminas outros dois, os minoritários duas cadeiras, e a Ternium/Techint era dona de três. Agora, os argentinos compraram a participação que antes era da Previ, uma das minoritárias com direito a lugar no Conselho, e conseguirão concentrar quatro votos sob sua decisão.   ACORDO   A vantagem sobre a japonesa Nippon Steel no número de assentos não assegura aos argentinos alterações no Acordo de Acionistas, que tem validade de 20 anos e está em vigência a pouco mais de dois. As decisões consideradas estratégicas ainda dependem do entendimento dos acionistas com lugar no Bloco de Controle – Ternium/Techint, Nippon e Previdência dos Empregados da Usiminas. Em 26 de setembro, tornou-se público um racha entre os dois maiores acionistas da Usiminas Nippon Steel e Ternium/Techint. Nesta data, foi comunicado ao mercado a destituição de três executivos da direção da Usiminas, todos de indicação dos argentinos, entre eles o presidente da companhia, Julián Eguren. A Nippon acusa os diretores de receberem remunerações ilegais, em desconformidade com a política de remuneração da Usiminas. O grupo Ternium/Techint nega as irregularidades e aponta violação do Acordo de Acionistas na decisão de afastar os executivos. A Justiça mineira já negou dois pedidos de liminares da Techint solicitando a recondução da diretoria. Negou, também, o pedido de o processo correr em segredo de justiça. Os argentinos entraram com agravo de instrumento recorrendo das negativas, e a decisão é esperada para hoje. 

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