(Lucas Figueiredo/CBF)
O jogo com o Paraguai, em Porto Alegre, nesta quinta-feira, (27) pela Copa América, será especial para dois amigos de infância. Com a decisão do técnico Tite de promover o volante Allan ao papel de titular da seleção brasileira, a equipe terá na formação inicial dois jogadores que se conhecem há muito tempo, pois o atleta do Napoli, da Itália, convive com o meia Philippe Coutinho desde as categorias de base do Vasco.
Os dois cresceram juntos no clube e chegaram ao time profissional praticamente ao mesmo tempo, em uma época bastante difícil. O Vasco havia acabado de ser rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, no fim de 2008, e, como estava com pouco dinheiro, teve de montar um elenco modesto e apostar em algumas revelações. Allan e Coutinho estavam entre os nomes de destaque e ganharam chance com o técnico Dorival Junior.
A dupla foi importante naquela temporada no título da Série B. No ano seguinte, Coutinho deixou o clube e foi para a Inter de Milão, enquanto Allan cresceu em protagonismo. O volante só seria negociado com a Udinese em 2012, depois de ser em 2011 campeão da Copa do Brasil e vice do Campeonato Brasileiro. No mesmo ano, os dois foram ainda campeões mundiais sub-20 com a seleção, na Colômbia.
Os dois se reencontraram na seleção brasileira nas convocações de Tite no ano passado e sempre estão juntos. "O Allan estava conversando com o Coutinho hoje (quarta-feira). Os dois são bem amigos", comentou o auxiliar técnico Cléber Xavier. O volante receberá a oportunidade de atuar pois Casemiro está suspenso pelo segundo cartão amarelo e Fernandinho sente dores no joelho direito.
Allan estreou pela seleção brasileira apenas em novembro do ano passado, em amistoso contra o Uruguai, em Londres. O jogador foi titular em partidas contra Camarões e República Checa. Nesta Copa América ele atuou por alguns minutos no sábado, contra o Peru, na Arena Corinthians.
O volante cresceu na comunidade de Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro, e teve uma vida difícil. Órfão de pai em uma família de sete irmãos, conviveu de perto com traficantes, perdeu parentes assassinados e se apegou ao futebol para sobreviver. Antes do Vasco, defendeu ainda garoto o futsal do Olaria e a base do Madureira.
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