(Wesley Rodrigues )
A sucessão de escândalos de corrupção e as mudanças na legislação eleitoral refletiram diretamente no número de candidatos registrados pelos maiores partidos nas eleições municipais que acontecem hoje, em todo país. No caso do PT, a quantidade de postulantes foi reduzida quase à metade. Em Minas, 311 candidatos disputaram o cargo de prefeito pela legenda em 2012. Agora, o número foi reduzido a apenas 195 candidatos. Para o cargo de vereador, houve um recuo de 6.771 petistas para 4.110 no mesmo período.
O PMDB, partido com maior número de candidatos tanto em Minas quanto no Brasil, também teve sua base reduzida nas eleições municipais deste ano. A legenda contava com 2.360 candidatos a prefeito em 2012 em todo país. Nestas eleições, o número caiu para 2.315. Os candidatos a vereador pelo partido recuaram de 43 mil para 38,8 mil no mesmo período – uma queda de quase 10%, conforme dados do TSE.
PSDB
O PSDB também registrou uma retração no número de candidatos em Minas. Os concorrentes tucanos ao cargo de prefeito passaram de 310 em 2012 para 270 em 2016. Já os pretendentes à Câmara pelo legenda caíram de 6.268 para 5.720 no Estado.
“Houve diminuição no número de pretendentes principalmente por causa da resolução do TSE que limita o número de candidaturas pelas coligações. Antes, elas podiam registrar o dobro do número de vagas a serem preenchidas. Agora, com as mudanças impostas pelo Tribunal, só podem uma vez e meia o número de vagas disponíveis”, explica o cientista político e professor da PUC Minas Malco Camargos.
Capital
Em Belo Horizonte, 11 candidatos concorrerão ao cargo de prefeito e 1.392 vão disputar as 41 vagas na Câmara Municipal. Em ambos os casos, mais da metade dos candidatos são do sexo masculino.
A maior parte (33,1%) dos candidatos às vagas no Executivo e no Legislativo na capital tem ensino médio completo. Com diploma universitário, são 33% do total.
Disputa
PTB, PTdoB e PPS são os partidos com maior número de candidatos à Câmara de BH (63 ). PCO e PMB, ao contrário, só têm um candidato por legenda.
O eleitorado cresceu na comparação com as últimas eleições municipais. Em Minas, o número de eleitores saltou de 15 milhões para 15,6 milhões.
Em todo país, o TSE registrou pouco mais de 144 milhões de eleitores aptos a votar. O número é 4% maior do que o eleitorado de 2012 e 1,1% superior ao pleito de 2010, quando foram realizadas as eleições presidenciais. Do total, as mulheres representam 52,21% e os homens 47,73%.
Jovens
O número de jovens de 16 e 17 anos que poderão votar nas eleições municipais deste ano é maior do que o da eleição presidencial de 2014, mas ainda é menor que o registrado no último pleito municipal em 2012.
Neste ano, há 2,3 milhões de jovens com título de eleitor. Em 2012, eram 2,9 milhões, o que representa uma queda de 20% em relação à última disputa municipal.
Gasto conjunto este ano é menor do que o de Lacerda em 2012
A reforma eleitoral enxugou drasticamente as campanhas eleitorais. Até a última sexta-feira, os 11 candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte haviam investido R$ 18,9 milhões, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O valor representa 66% do montante utilizado por Marcio Lacerda (PSB), candidato que mais gastou na disputa pela gestão municipal em 2012. Na ocasião, ele desembolsou R$ 28,5 milhões e foi eleito.
Em 2016, no entanto, maior investimento não foi revertido em intenção de votos. Até sexta, Rodrigo Pacheco (PMDB) tinha gasto R$ 6,7 milhões. No entanto, ele ocupava o quinto lugar na pesquisa Ibope divulgada em 28 de setembro, com apenas 2% da preferência do eleitorado.
Além do baixo índice, o candidato dividia lugar com Marcelo Álvaro (PR), que gastou R$ 897 mil, e com Maria da Consolação (Psol), que investiu R$ 36,3 mil.
Na frente
O primeiro colocado nas pesquisas, João Leite (PSDB), foi o segundo que mais gastou. Ele investiu R$ 4 milhões no pleito e, segundo a pesquisa Ibope, possui 35% das intenções de voto.
Em segundo lugar, com 24% da preferência do eleitor, aparece Alexandre Kalil (PHS). Até sexta, ele tinha gasto R$ 1,4 milhão na campanha, valor inferior ao desembolsado por Délio Malheiros (PSD), que investiu R$ 2,7 milhões e Reginaldo Lopes (PT), que gastou R$ 1,7 milhão. O tempo de TV do candidato do PHS também foi inferior ao dos rival: ele teve apenas 20 segundos. (Tatiana Moraes)