Número de legendas na Assembleia saltou de 18 para 28

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
08/10/2018 às 20:45.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:52
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

A eleição proporcional do último domingo promoveu uma grande pulverização de partidos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e na bancada mineira na Câmara dos Deputados. 

Na Assembleia, o número de legendas representadas subiu de 18, na legislatura atual, para 28, graças aos deputados que tomarão posse em 2019. Na Câmara, houve um aumento de 17 para 21 partidos que vão ocupar ao menos uma cadeira na Casa. 

O destaque fica para o crescimento de legendas que apresentaram grande ascensão em relação ao último pleito.

É o caso do PSL. A sigla – a mesma de Jair Bolsonaro, líder em votos no primeiro turno para a Presidência da República – contava apenas com o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, reeleito com o maior número de votos no Estado. No ano que vem, terá seis representantes em cada Casa.

O partido Novo, estreante na eleição, fez três deputados na Assembleia e dois na Câmara. 

O Psol pela primeira vez terá uma representante mineira no Legislativo federal. A vereadora Áurea Carolina conseguiu mais de 160 mil votos. 

Para o cientista político Rudá Ricci, esse fenômeno é explicado pela descrença da população com o cenário político atual. 

“É uma crítica aos partidos tradicionais, com exceção da bancada federal. Nela os partidos tradicionais estão nas primeiras colocações. Na Assembleia você tem novidades nos mais votados, seguindo a tendência da votação do Zema. É uma negação aos partidos tradicionais”, afirmou. 

Partidos
Conhecido tradicionalmente pela grande representatividade em Minas, o MDB sofreu um duro golpe na eleição: de 14, passou para sete deputados estaduais eleitos. Na Câmara, a legenda elegeu quatro representantes, contra cinco em 2014. Tradicionais caciques do partido no Estado, como Saraiva Felipe, Leonardo Quintão e o vice-governador Antonio Andrade, perderam espaço e não conseguiram se reeleger.

O PSDB também não conseguiu repetir o desempenho do último pleito e perdeu um representante em cada Casa. Figura tradicional do partido, Marcus Pestana não renovou o mandato. Já o ex-senador Aécio Neves volta a ocupar uma cadeira na Câmara quatro anos após ter disputado a Presidência da República. 

“Para o MDB e o PSDB a questão foi o governo Temer. Os dois partidos foram quase varridos, a situação do MDB é crítica, referências do partido perderam o pleito. Os dois partidos vão ter que se reinventar”, explica Rudá Ricci, fazendo referência ao apoio dos partidos ao presidente. 

Mesmo com duras derrotas nas eleições majoritárias, como a de Fernando Pimentel, no governo de Minas, e a de Dilma Rousseff, no Senado, o PT mostrou força no pleito proporcional. O partido terá o maior número de representantes na Assembleia e a maior bancada mineira na Câmara, com dez e nove representantes, respectivamente. 

Cinco suplentes assumem vagas na Câmara de BH

O resultado das eleições proporcionais em Minas vai provocar mudanças na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Quatro vereadores foram eleitos para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e Áurea Carolina (Psol) vai ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, dando lugar a Isabella Gonçalves de Miranda.

Aos 25 anos, Doorgal Andrada (Patriota) é o vereador mais jovem da Casa. Ele foi eleito deputado estadual com 57.942 votos. Glauton Santiago Felix de Jesus (PSD) assume a vaga de Andrada na Câmara. 

Dança das cadeiras
Cumprindo o segundo mandato como vereador, Professor Wendel Mesquita (Solidariedade) obteve 31.722 votos e garantiu uma cadeira na Assembleia. Será substituído por Coronel Piccinini (PSB), que não conseguiu se reeleger como deputado estadual.

O jornalista Rafael Martins (PRTB), estreante na Câmara de BH, foi eleito para a Assembleia com 27.463 votos. Martins dará lugar a Ramon Baptista Bibiano (PMDB). 

Osvaldo Lopes (PHS), que também está na primeira legislatura, foi eleito deputado estadual com 31.161 votos. O suplente dele, César Augusto Cunha Dias (PHS), assume o cargo em janeiro de 2019. 

Além dos cinco eleitos, outros 14 vereadores tentaram uma vaga na Assembleia ou na Câmara dos Deputados. Juntos, os parlamentares registraram 600 mil votos. 

 


 


 

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por