O legado de Anastasia

Hoje em Dia
08/02/2014 às 08:12.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:53

O engenheiro Luiz Carlos Mendonça de Barros, que exerceu os cargos de presidente do BNDES e de ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso, afirma em artigo publicado ontem que olha para o futuro brasileiro com otimismo. Ele se põe no mesmo grupo formado principalmente por empresas internacionais de grande e médio porte que colocaram o Brasil no terceiro lugar do ranking dos países que recebem investimentos diretos. E não no grupo dos que operam no mercado com visão de curto prazo e criam um clima de fim de festa.   O relato da reunião de Antonio Anastasia com seu secretariado, publicado também ontem pelo Hoje em Dia, mostra que o governador faz parte do grupo dos otimistas. Os dados divulgados por ele indicam que Minas avançou desde que o PSDB assumiu o governo do Estado. Alguns exemplos: o número de municípios que cuidam de forma correta de seu lixo subiu de 30 para 586; e o número de vagas no sistema prisional aumentou 765%, chegando a 48.937 vagas.    Também é positiva a comparação que o governador faz entre os dois últimos exercícios. Um exemplo: no ano passado duplicou o número de alunos atendidos pelo Programa de Educação Profissional, chegando a 60 mil. E a economia mineira não ficou parada no tempo: na área de atração de investimentos, segundo Anastasia, foram criadas mais de 25 mil vagas de empregos diretos.    O secretário estadual da Fazenda, Leonardo Colombini, afirmou que a arrecadação de ICMS foi superior ao previsto, chegando a R$ 35,2 bilhões no ano passado. A de janeiro deste ano aumentou 7% em comparação com janeiro de 2013. E a arrecadação geral do Estado, que alcançou R$ 71 bilhões – valor 12% acima de 2012 – deve crescer neste ano 10%.    O otimismo do governo de Minas consegue até mesmo afastar um pouco as nuvens negras do endividamento do Estado, tantas vezes considerado impagável. Ele é hoje de R$ 67 bilhões, segundo Colombini, mas pode cair para R$ 63 bilhões logo que o Senado aprovar o Projeto de Lei 99/2013.    É nesse clima de confiança que Anastasia apresentou a Agenda do Legado, um conjunto de 30 projetos que devem receber prioridade neste ano. Ele vai deixar o governo até abril para trabalhar na campanha de Aécio Neves à Presidência da República – e, provavelmente, na sua própria campanha ao Senado. Não duvida que seu vice, Alberto Pinto Coelho, do PP, partido aliado, seguirá essa agenda nos nove meses em que governará Minas.    Magalhães Pinto dizia que política é como nuvem, a cada momento está diferente. Portanto, as prioridades podem mudar. Por exemplo, para conter a explosão de crimes violentos. Eles aumentaram 22% em Minas no ano passado, em comparação com 2012, conforme estatística divulgada pela Secretaria de Estado de Defesa Social no dia seguinte à reunião do governador. Surpresa?

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