O que vem após o Carnaval

Hoje em Dia
06/03/2014 às 06:40.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:27

Não é nova a ideia de que aqui o ano começa para valer só depois do Carnaval. Sendo assim, 2014 – o ano da Copa do Mundo no Brasil e das eleições para presidente, governadores, deputados e senadores – só teria 10 meses, pois dois já se passaram.

Não é verdade, para a maioria dos brasileiros, que tenham cruzado os braços durante dois meses, à espera do Carnaval. Os que o fizeram têm responsabilidade aumentada para se juntar aos outros no esforço de não deixar o Brasil para trás, em 2014, na incansável caminhada da humanidade por uma vida melhor para todos.

Se cada um fizer a sua parte, o Brasil não ficará à margem da estrada, neste ano. A presidente Dilma Rousseff parece ter um entendimento correto do que deve fazer, como se depreende de sua entrevista ao Hoje em Dia. Ela promete não perder o foco, para manter o país “no caminho do crescimento sustentável, reduzindo as desigualdades”, deixando a questão da reeleição para ser tratada oportunamente. É o que veremos – ou não – nos próximos meses.

O governador Antonio Anastasia, como um incontável número de mineiros, não descansou no Carnaval. Ele aproveitou para liderar missão oficial à China, integrada pelos presidentes das federações das indústrias e da agricultura e pecuária do Estado, entre outros empresários. Eles desembarcaram segunda-feira em Xangai, onde há reunião marcada com dirigentes de duas montadoras chinesas de automóveis visando instalar fábricas em Minas.

É uma programação bem extensa. Ela se encerra no dia 11, com palestra do governador em Pequim, na University of Internacional Business and Economics (UIBE). É uma das maiores escolas de negócios da China, um país que já é o maior parceiro comercial de Minas no exterior. A intenção de Anastasia é trazer para o Estado algumas indústrias chinesas das áreas de bens de capital e de tecnologia.

Antes de se desincompatibilizar, para se candidatar provavelmente ao Senado pelo PSDB, Anastasia quer continuar dando um exemplo de governador muito operoso. Se tiver sucesso nas eleições, vai precisar de bastante empenho para, como senador, manter essa fama de trabalhador.

Neste ano, passado o Carnaval, as perspectivas para o Congresso Nacional são ainda piores que em outros anos, em termos de horas trabalhadas. Mesmo contando o mês dedicado ao trabalho antes dessa data, senadores e deputados terão ao longo de 2014 não mais que seis meses de atividade legislativa. Mas continuarão recebendo R$ 26,7 mil, sem redução pelos dias não trabalhados, e com todas as regalias ligadas ao cargo.

Dão, assim, mau exemplo aos demais trabalhadores e mandam água para o moinho dos que acreditam, erroneamente, que o país ficaria melhor sem eles. Mas, se isso ajudar os eleitores a serem seletivos em seus votos, não será um ano perdido.  

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