SAN JOSE - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não reconheceu a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela e afirmou que os direitos fundamentais são ignorados naquele país, durante entrevista concedida nesta sexta-feira, na Costa Rica.
"Toda a região tem visto a violência, as manifestações e a repressão à oposição" que ocorrem na Venezuela nas últimas semanas, disse Obama à rede de televisão americana Univisión.
Obama se referia à violência desatada após as eleições de 14 de abril, que deixou ao menos nove mortos e dezenas de feridos durante protestos, e à troca de socos - na terça-feira passada - entre deputados chavistas e opositores no plenário da Assembleia Nacional, após seu presidente, Diosdado Cabello, negar a palavra aos legisladores que não reconhecem a vitória de Maduro.
"Acredito que nosso ponto de vista geral é que cabe aos cidadãos da Venezuela escolher seus líderes em eleições legítimas", destacou Obama. "Nosso único interesse neste ponto é garantir que os venezuelanos sejam capazes de escolher seu próprio destino, livres das práticas das quais todo o hemisfério se distanciou, de forma geral".
"Nosso enfoque sobre a região não é ideológico (...), está baseado em nossos princípios de base, de direitos humanos, de democracia, de liberdade de imprensa e de liberdade de reunião. Estes direitos são respeitados (na Venezuela)?!" - questionou o presidente americano.
A oposição venezuelana impugnou na quinta-feira os resultados das eleições junto ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alegando "subornos, violência e fraudes" em todo o processo que deu a vitória a Maduro sobre o opositor Henrique Capriles por cerca de 240 mil votos.