A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) deve iniciar até o final do mês uma obra destinada a aumentar a capacidade de abastecimento de água na ilha de Fernando de Noronha (PE), com um custo estimado em R$ 4,7 milhões, e prazo de seis meses para execução. A comunidade sofre com o desabastecimento desde o final de fevereiro. Segundo a Compesa, a ilha foi dividida em oito setores; cada setor recebe água um dia e fica nove sem água, na pior seca dos últimos 50 anos.
Segundo o diretor presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima, Marcelo Asfora, Fernando de Noronha tem duas fontes de abastecimento: o açude de Xaréu, de água da chuva, e os dessalinizadores, que fazem o tratamento da água do mar. “O açude secou com a falta de chuvas e o aumento do consumo no período de carnaval e férias. A demanda é maior do que a disponibilidade.”
Ele explica que o período chuvoso na ilha começa entre abril e maio e que uma alternativa, quando há falta de água, é levar do continente, mas é uma logística complicada porque teria de ser feita de navio.
O projeto da Compesa visa a ampliar a vazão dos dessalinizadores e garantir a retirada de água do mar 24 horas por dia. Atualmente, a captação é feita durante 18 horas por dia, pois o local sofre influência da maré. “É muito importante avaliar os possíveis impactos ambientais. Mesmo a ampliação de um sistema em princípio sustentável tem que ser avaliado”, disse Marcelo Asfora
Fernando de Noronha possui uma bateria de quatro dessalinizadores, que transformam a água do mar em água potável, com uma produção de 27 m³/hora. Com a nova obra, o número subirá para 60 m³/hora. Segundo a Compensa, a obra deve ter início após a obtenção das licenças da Agência Estadual de Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Segundo a companhia, não chove desde junho de 2013 em Fernando de Noronha, o que causou o colapso do açude de Xaréu. Quando cheio, o manancial tem a capacidade de acumular 411 mil metros cúbicos de água e atende a 41% da demanda.