O número de refugiados sírios, que recentemente ultrapassou a marca de 1 milhão, pode dobrar ou triplicar até o fim do ano se não for encontrada uma solução para o conflito, disse o alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, Antonio Guterres, neste domingo.
"Se essa escalada continuar e nada ocorrer para solucionar o problema, poderemos ter, no final do ano, um número muito maior de refugiados: o equivalente a cerca de duas ou três vezes o nível atual", disse ele a repórteres em Ancara, na Turquia. Para ele, a comunidade internacional deve trabalhar para acabar com o conflito pois há "risco de uma explosão" em toda a já volátil região do Oriente Médio se a luta continuar por muito mais tempo. Guterres também renovou o apelo às nações que ajudem Turquia, Líbano, Jordânia e outros países a abrigar os refugiados.
Também neste domingo, o grupo ativista Observatório Sírio para Direitos Humanos relatou que ataques aéreos do governo sírio mataram pelo menos 14 pessoas na província de Raqqa, no norte do país, menos de uma semana depois que rebeldes tomaram a capital provincial. A cidade de Raqqa, que abrigava meio milhão de pessoas antes do levante, pode ser um teste para saber como os rebeldes administram as áreas capturadas. Os grupos que lideraram a batalha pela cidade são islâmicos, alguns deles extremistas, e vídeos divulgados no fim de semana indicam que alguns rebeldes podem ter executado sumariamente prisioneiros.
Outro vídeo, supostamente postado da cidade de Raqqa, mostrou os corpos de sete pessoas
espalhados em uma rua com edifícios destruídos nas proximidades. Um narrador em off afirmou que eles foram mortos em um ataque aéreo do exército sírio. O observatório afirmou ainda que pelo menos outras sete pessoas foram mortas em um ataque aéreo separado perto da fronteira leste da província.
Ainda de acordo com o grupo ativista, rebeldes sírios fizeram hoje um ataque surpresa no distrito de Baba Amr, antigo reduto rebelde na cidade central de Homs, um ano depois que o local foi reconquistado pelo exército em uma batalha sangrenta. "Ao amanhecer, os rebeldes lançaram um ataque surpresa em Baba Amr e entraram lá", disse o diretor do observatório, Rami Abdel Rahman, que estaria em contato com os rebeldes.
Baba Amr ganhou notoriedade quando centenas de sírios foram mortos no ano passado, durante mais de um mês de bombardeio do exército e combate com os rebeldes, que acabaram sendo expulsos por tropas leais ao presidente Bashar Assad. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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