(UNICEF/Halabi)
A Organização Mundial da Saúde (OMS), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), informou nesta terça-feira a confirmação de 10 casos de poliomielite no nordeste da Síria. Trata-se do primeiro surto da doença no país em 14 anos e há riscos de se espalhar pela região.
Funcionários aguardam os resultados de exames de outras 12 pessoas que apresentam sintomas de pólio, declarou o porta-voz da OMS Oliver Rosenbauer. Ele afirmou que os casos confirmados são de crianças abaixo de 2 anos, que estão "sub imunizadas".
O vírus da pólio, uma doença altamente contagiosa, geralmente infecta crianças em condições de pouca higiene por meio do consumo de comida ou líquidos contaminados com fezes. O vírus ataca os nervos e pode matar ou paralisar os infectados, mas antes de começar a afetar a vida das crianças a pólio pode se espalhar sem ser percebida.
"Esta é uma doença transmissível. Com a movimentação da população, pode seguir para outras áreas", afirmou Rosenbauer. "Então, é alto o risco de se espalhar pela região."
O governo sírio lançou uma campanha de vacinação em todo o país dias depois de a OMS ter dito que havia recebido relatos de crianças com sintomas de poliomielite na província de Deir el-Zor, mas a campanha enfrenta dificuldades, já que não é possível chegar muitas partes do país, que está em guerra civil.
Quase todas as crianças sírias eram vacinadas contra a doença antes do início da guerra civil, mais de 2 anos atrás. O último caso de pólio registrado no país havia acontecido em 1999.
O conflito sírio, que começou como um levante pacífico contra o presidente Bashar Assad, em março de 2011, levou a uma crise humanitária de grande escala, que já deixou mais de 100 mil mortos e levou cerca de 7 milhões de pessoas a deixar suas casas, além de devastar cidades.
Funcionários da ONU advertiram a respeito da propagação da doença na Síria por causa da falta de acesso à higiene básica e à vacinação. Fonte: Associated Press.
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