(Fernando Michel)
Minas começa nesta quarta-feira (17) uma verdadeira operação de guerra para conter o avanço da Covid-19, que já infectou quase um milhão de pessoas e matou mais de 20 mil pacientes no Estado. A situação no território é gravíssima: pelo menos 200 mineiros aguardam por atendimento médico, o que, segundo o governador Romeu Zema (Novo), se assemelha a uma “cena de horror”. Por conta disso, os 853 municípios terão de aderir à Onda Roxa do Minas Consciente, medida válida pelos próximos 15 dias.Fernando Michel
Barreiras sanitárias são uma das medidas adotadas nos municípios mineiros, em atenção ao que é determinado pela Onda Roxa contra a Covid-19
A partir de agora, uma série de determinações que visa impedir a disseminação do novo coronavírus passarão a ser aplicadas, como a permissão para funcionamento apenas das atividades consideradas essenciais, restrição de circulação de pessoas com sintomas gripais, obrigatoriedade do uso de máscara para todos e toque de recolher entre 20h e 5h. As novas regras têm como objetivo desafogar o sistema de saúde, que está à beira de um colapso, com 83,92% dos leitos de UTI ocupados.
Governador faz apelo
Nesta terça (16), em entrevista coletiva na Cidade Administrativa, Zema fez um apelo à população, pedindo que os mineiros evitem qualquer tipo de aglomeração, considerando que “quem sair na rua desnecessariamente pode ser tachado de assassino”. “Pessoas estão implorando por atendimento médico. Se a gente não tiver esse espírito humanitário, daqui a pouco essas filas vão sair dos hospitais e vão para as ruas. Será que é isso que queremos em Minas Gerais?”, disse o chefe do Executivo.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), 980 mil pessoas já testaram positivo para a Covid-19 em Minas desde o início da pandemia, há um ano. Destas, 20 mil perderam a vida por complicações da doença. Diante da ascensão do vírus, foi necessário impor a todos os municípios o nível mais restritivo do programa estadual.
Lockdown
Em Belo Horizonte, que há duas semanas decretou o quarto “lockdown”, para frear o número de infectados, a Onda Roxa será seguida, conforme informou a PBH. Vale ressaltar que na capital normas mais rígidas de funcionamento já estão valendo desde o último sábado e serão combinadas às novas regras do Minas Consciente.
Na capital, está proibida a utilização de praças e pistas de caminhadas, além da realização cultos religiosos presenciais, por exemplo.
Mesmo com a ideia de voltar à estaca zero, como citou o prefeito Alexandre Kalil no anúncio de fechamento, os indicadores que avaliam a pandemia em BH seguem em alerta máximo. De acordo com o boletim epidemiológico da prefeitura, a ocupação das terapias intensivas chegou a 94,1% nesta terça-feira, enquanto 77,5% das vagas de enfermaria estão sendo usadas. Já a taxa de transmissão chegou a 1,27.
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