Operação Fênix desarticula esquema de corrupção envolvendo delegados mineiros

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
20/12/2017 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:21
 (Maurício Rocha/Patos Hoje/Divulgação)

(Maurício Rocha/Patos Hoje/Divulgação)

Eles deveriam atuar no combate ao crime, mas trabalhavam a favor dele mesmo sendo agentes de segurança pública. Foi o que revelou a megaoperação Fênix, realizada nessa terça-feira (19) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público mineiro, no Triângulo, Sul de Minas e BH, além das cidades de Cuiabá (MT) e Cascavel (PR). O saldo foi a prisão de pelo menos 80 pessoas, sendo dez delegados da Polícia Civil, dois escrivães, 45 investigadores e sete advogados.

Na lista de crimes cometidos pelos suspeitos aparecem corrupção, associação criminosa, roubos e falsidade ideológica. De acordo com as investigações, há indícios de que os policiais presos aceitavam suborno de traficantes e vendiam parte das drogas apreendidas. 

O promotor de Justiça Daniel Marotta Martinez, da unidade regional do Gaeco em Uberlândia, explica que os policiais também desviavam cargas de cigarros que vinham de forma clandestina do Paraguai. “Os pagamentos eram feitos em cheques, valores (dinheiro vivo) e até mesmo carros”, afirma.

As Delegacias Regionais de Polícia Civil de Uberlândia e Araguari, no Triângulo, foram objeto de buscas, que contaram com o apoio da Receita Estadual de Minas Gerais. 

Apreensões

Foram expedidos, ainda, 121 mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva. Dentre as apreensões, estão aproximadamente R$ 50 mil em dinheiro, uma arma, munições, celulares, talões de cheques, relógios e joias.

A operação contou, ainda, com sete promotores de Justiça, três auditores da Receita Estadual, 500 policiais militares e 150 policiais rodoviários federais. Durante a ação, foram utilizadas duas aeronaves e 150 viaturas.

Exoneração

Por meio de nota, a Polícia Civil mineira (PCMG) informou que a Corregedoria-Geral da Polícia Civil participou e continua apoiando as investigações em curso. 

“A PCMG lamenta o acontecido e ressalta que não compactua com desvios de conduta funcional, determinando que os envolvidos fossem exonerados dos seus cargos de confiança”, esclareceu.

O ouvidor de polícia da corporação, Paulo Vaz Alkmim, afirmou que abrirá um procedimento para “acompanhar todas as apurações que estão sendo feitas pela Corregedoria”.

A operação Fênix é resultado das operações Alibabá, Ouroboros e Efésios. 

(Colaborou Bruno Moreno)

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