Operação Glasnost: PF procura pedófilos em Minas e outros 13 estados

Da Redação
25/07/2017 às 08:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:44
 (Reprodução/Policia Federal)

(Reprodução/Policia Federal)

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (25) a 2ª fase da Operação Glasnost, que combate a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet. Em nota, a PF informou que cerca de 350 policiais federais estão participando da deflagração da operação, cumprindo 72 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva e dois mandados de condução coercitiva, em 51 municípios nos Estados de  Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe.

A investigação teve como base o monitoramento de um site russo utilizado como uma espécie de "ponto de encontro" de pedófilos do mundo todo, e resultou na identificação de centenas de usuários, brasileiros e estrangeiros, que compartilhavam pornografia infantil na internet, bem como de diversos abusadores sexuais e produtores de pornografia infantil, tendo sido identificadas, ainda, diversas crianças vítimas de abuso.

Uma das cidades mineiras onde a Operação Glasnost foi realizada é Montes Claros, no Norte de Minas. Lá, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de um estudante universitário de 25 anos. De acordo com o delegado Pedro Dias dos Santos, o jovem havia feito um cadstro no site russo e compartilhado fotos de crianças. As vítimas não foram identificadas e não informação se alguma das crianças fotografas são da região de Montes Claros. 

O jovem admitiu o compartilhamento, mas afirmou não saber que isso configurava crime. "Às vezes, a pessoa não tem ideia de que compartilhamento de fotos de pronografia infantil configura crime. Ainda que compartilhe por indignação ou curiosidade, isso é pedofilia", diz o delegado. 

Sequência

A ação é uma sequência da operação Glasnost, deflagrada em novembro de 2013, ocasião em que foram cumpridos 80 mandados de busca e prisão e realizadas 30 prisões em flagrante por posse de pornografia infantil. Foram ainda identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas, com idades entre 5 e 9 anos.

Os investigados produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês com poucos meses de vida, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e as enviavam para contatos no Brasil e no exterior.

Anteriormente à deflagração da segunda fase da operação, foram cumpridas medidas urgentes nas cidades de Osasco/SP, Presidente Prudente/SP, Porto Alegre/RS, Vila Velha/ES, Jundiaí/SP, Praia Grande/SP, Campo Grande/MS e Cachoeira do Itapemirim/ES, tendo em vista a identificação de casos concretos de abusos sexuais contra crianças. Em todos os casos foram presos os abusadores e identificadas as vítimas dos abusos.

Nome da operação

O nome da operação - "Glasnost" - é uma referência ao termo russo que significa transparência. A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na internet e para realizar contatos com outros pedófilos ao redor do mundo.

(Com Estadão Conteúdo) 

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