Integridade também na pandemia

É desolador imaginar que existam pessoas que se disponham a desviar ou desperdiçar recursos destinados ao combate à pandemia, especialmente se lembrarmos que essas pessoas foram eleitas para zelar pelo interesse dos que agora estão escolhendo lesar, no momento mais difícil de suas vidas.

O escândalo da última semana é a Operação Falso Negativo, que investiga a compra de testes fraudados em alguns entes da Federação. Mas já houve denúncias, pelo Brasil, que implicaram no afastamento e até mesmo prisão de autoridades. Diferentemente do que possa ocorrer em outras situações, em que as vítimas da falta de ação estatal não podem ser diretamente percebidas, nesse caso, o número de mortos está diariamente estampado nos jornais – mas aparentemente não constrange ou sensibiliza os fraudadores.

Esse cenário triste reforça o motivo de comemorações pelo fato de o Governo de Minas obter a avaliação máxima (ótimo) no ranking de transparência em contratações emergenciais formulado pela ONG Transparência Internacional. Somado a esse bom desempenho, vale também lembrar que Minas continua com nota 100 no índice de transparência da Covid-19 da ONG Open Knowledge.

Desse esforço decorreu a instalação do Hospital de Campanha mais barato do Brasil (com maior parte custeada por parcerias e doações – custo total de R$ 5,3 mi, sendo R$ 4,5 mi por meio de doações). E mais do que isso, pensado para só gerar custos de operação ao ser colocado em funcionamento efetivo, de forma a poder assistir os hospitais da região metropolitana se os leitos clínicos se esgotarem.

Não é por outro motivo, também, que o Governo do Estado comprou os respiradores mais baratos do Brasil e promoveu a reforma e aproveitamento de equipamentos que já estavam no estado, mas que estavam estragados. Somadas, essas duas iniciativas se aproximam de 1.500 respiradores para ampliação dos leitos e UTI.

Para quem quiser acompanhar, o estado organizou um portal da transparência específico para a pandemia, tratando detalhadamente das compras, das compras emergenciais e dos dados epidemiológicos (http://www.transparencia.mg.gov.br/covid-19). 

Integridade é fundamental, a qualquer tempo – inclusive e especialmente em tempos de pandemia.