O futuro vem de trem

18/06/2021 às 23:13.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:12

Quase todos os brasileiros que têm oportunidade de viajar pelo mundo voltam impressionados com o que as ferrovias representam na história dos países mais desenvolvidos e o quão pouco elas representam no nosso país. Basta um observar que todos os países que desenvolveram malhas integradas de trens obtiveram resultados evidentes na aceleração do seu desenvolvimento. No Brasil, infelizmente, a opção foi outra.

Os erros são muitos e são históricos, mas ao invés de lamentar o fato de que a bitola de nossas linhas é inadequada para as composições de trem atuais, ou reclamar da falta de conservação das linhas em estado de abandono, ou mesmo de simplesmente cobrar o Governo Federal por exigir a renovação e implantação de linhas que foram licitadas para exploração privada, o Governo de Minas resolver fazer mais: lançou o programa de shortlines, para viabilizar linhas de menor extensão, conectadas às vias férreas de maior alcance que já cortam o estado, de forma a permitir que a produção alcance esse canal de escoamento, sem depender do Governo Federal, das atuais concessionárias ou de novas linhas gigantescas.

A lógica é de conceder uma outorga aos parceiros privados, por 25 a 99 anos, que se disponham a implantar essas linhas, sendo incialmente identificados 19 projetos que se apresentam viáveis, como o Trem Turístico do Ramal de Ramal de Águas Claras (Vila da Serra - Belvedere - Olhos D’Água), o Trem Regional Metropolitano (BH - Sabará - Raposos - Nova Lima - Rio Acima - Itabirito - Ouro Preto) e os Trens de Carga como Unaí – Pirapora e a Extensão da Ferrovia do Aço (Rio Acima - Belo Horizonte)

Os investimentos podem ultrapassar R$26 bilhões, com geração de mais de 370 mil empregos e crescimento de 3% do PIB do Estado.

Minas tem a maior malha ferroviária do país (cinco mil quilômetros), passando por 180 municípios e, com esse projeto, pode transformar essa potencialidade em ainda mais riqueza. É a oportunidade de corrigir as opções do passado e reforçar o papel das ferrovias na terra em que tudo é trem, até o trem.

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