Alguns meses atrás, li uma coluna do ex-ministro Paulo Paiva em que ele, ao comentar as falas do governador Romeu Zema, apontava que a regularização do pagamento ao funcionalismo e a eliminação da inadimplência pareciam ser uma decisão ética do governo, mais do que uma decisão exclusivamente política.
É exatamente esse o tom que se percebe nos anúncios dos últimos dias relativos ao fim do parcelamento do salário dos servidores, depois de quase seis anos sem receber em dia.
O fluxo financeiro necessário a colocar a folha em dia, na casa de bilhões de reais, poderia ser politicamente destinado a finalidades mais populares (ou populistas), mas a decisão de pagar o que se deve é o mínimo que se espera de uma pessoa que se propõe a gerir os interesses e recursos de milhões de pessoas.
Eu tenho prazer e orgulho em trabalhar para um projeto que pretende mudar a forma como a política é feita, comprometido com a palavra empenhada, com os compromissos assumidos, sem concessões. Por isso a alegria, verdadeira, de conseguir colocar a folha de pagamento em dia. Pode parecer pouco – afinal, é uma obrigação –, mas é uma mudança de postura que significa muito.
Muitas etapas nessa caminhada já foram superadas: pagar remédios em dia, para que eles voltassem a ser fornecidos a quem precisa; pagar médicos e hospitais, para que eles voltassem a atender pelo Ipsemg; repassar o dinheiro dos municípios, que havia sido retido por meses; resgatar do SPC/Serasa o nome de mais de 200 mil servidores que viram seus consignados serem descontados sem o repasse do valor aos bancos.
O pagamento do salário de mais de 600 mil servidores, ativos e inativos, mais de um terço na área de educação, é o mais robusto desses avanços, não apenas pelo valor ou pelo número de pessoas impactadas, mas pelo que o tema significa: pagar em dia quem trabalha é o mínimo.
Ainda há muito trabalho a ser feito em Minas Gerais, mas, já podemos dizer, com orgulho, que calote não faz parte do código de conduta deste governo.